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Metro de Lisboa. Linha Circular pode vir a funcionar “em laço”

O Governo admite disponibilidade para estudar o funcionamento da linha “em laço”, mas a alteração implica alterações no sistema de sinalização e operação do Campo Grande.

Raquel Dias da Silva
Jornalista, Time Out Lisboa
Cais do Sodré
© Francisco Romão Pereira / Time OutEstação do Cais do Sodré
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A nova Linha Circular do Metro de Lisboa pode vir a funcionar também “em laço”. A disponibilidade para estudar esta possibilidade – sem pôr em causa a continuidade das obras em curso – foi anunciada pelo Governo esta semana. A decisão final será tomada “a seu tempo” pelo Metropolitano de Lisboa, mas o modelo combinado deve resolver o problema de transbordo causado pela actual solução, que irá forçar os passageiros que saiam das estações de Odivelas, Senhor Roubado, Ameixoeira, Lumiar, Quinta das Conchas e Telheiras a fazer transbordo no Campo Grande, se quiserem ir para outras zonas de Lisboa.

As obras para a criação da Linha Circular foram anunciadas em 2017, numa conferência de imprensa, pelo presidente do conselho de administração do metro, Vítor Domingues dos Santos. Nesse mesmo dia, foi também anunciado o prolongamento da estação do Rato até ao Cais do Sodré, com duas novas estações na Estrela e em Santos, ligando assim as linhas Amarela e Verde numa única linha circular. Mas são vários os contestatários a esta solução, desde movimentos de utentes até partidos políticos.

Em 2021, o então actual candidato do PSD à Câmara Municipal de Lisboa e agora presidente da autarquia, Carlos Moedas, propôs a operação “em laço”, ou seja, transformar a Linha Circular e a futura Linha Amarela numa linha única em laço, para manter as ligações directas de Odivelas, norte de Lisboa e Telheiras ao centro da cidade. Este ano, no início do mês de Maio, o presidente da Junta de Freguesia do Lumiar, Ricardo Mexia, voltou a defender a mesma ideia.

“O Lumiar tem quatro estações de Metro e 75% da população servida por essas estações vai perder o acesso directo ao centro da cidade, por via do projecto que está a ser construído: a Linha Circular. Há muito tempo que a Junta de Freguesia do Lumiar tem defendido que esta solução não serve os interesses do Lumiar e que representa um enorme prejuízo para todos os que vivem, estudam e trabalham neste território”, lê-se numa nota publicada no site da Junta.

Actualmente, a expansão da Linha Circular, que deverá inaugurar em 2024, prevê um investimento total de 331,4 milhões de euros, mas inicialmente, quando se fixou o custo em Dezembro de 2018, o valor estimado era de 210 milhões – em 2021, foi feita uma nova revisão, com o valor a subir para os 240 milhões. A mais recente revisão do investimento (que fixou os actuais 331,4 ME) deve-se, segundo o Governo, a “várias vicissitudes” no decurso das obras. Caso a Linha Circular venha a funcionar também “em laço”, o valor terá, provavelmente, de voltar a ser revisto.

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