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Miguel Rocha Vieira abre restaurante em Évora até ao final do ano

Desde Janeiro que o chef assumiu a responsabilidade de desenvolver conceitos gastronómicos para vários hotéis. Em Évora, vai voltar a estar mais presente na cozinha.

Cláudia Lima Carvalho
Editora de Comer & Beber, Time Out Lisboa
Miguel Rocha Vieira
Arlei Lima
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Em Janeiro, depois de uma saída atribulada da Doca da Marinha, Miguel Rocha Vieira anunciava uma mudança de vida, cheio de vontade e ideias. Na AHM – Ace Hospitality Management, empresa de gestão hoteleira que pertence ao Grupo Mercan, assumiu a responsabilidade de criar todos os conceitos gastronómicos dos hotéis tutelados. E assim o tem feito, um a um, tornando os restaurantes num destino para além do hotel, que serve as cidades, de Amarante a Beja. Vai ser em Évora, porém, que o chef assumirá um restaurante independente. Chama-se Forno da Telha, terá uma cozinha criativa, mas de base tradicional alentejana, e deverá abrir no último trimestre deste ano. 

“Vai ser o primeiro restaurante aberto de raiz completamente separado do hotel, que fica num edifício ao lado. Olhamos para o Forno da Telha como um restaurante de rua”, conta à Time Out, visivelmente entusiasmado. “É a primeira vez que trabalho no Alentejo, há muita coisa que não conhecia. É daqueles desafios que me dá muito gozo, estar a aprender, estar a descobrir coisas”, continua, destacando que tem feito “muita pesquisa”. “Tenho tentado comer onde posso e vou falando com as pessoas de uma certa idade para tentar perceber como se faziam as coisas e o porquê porque quero tentar trazer isso tudo à mesa, respeitando muito a tradição da comida alentejana.” 

Tem sido no Alentejo que Miguel Rocha Vieira tem passado muito do seu tempo, tendo em Agosto inaugurado o Chaparro Alentejano, inserido no Holiday INN Beja. “Achávamos que Beja precisava de um sítio assim. É uma cozinha tradicional, mas aí não estamos a inventar nada, nem a dar cunhos pessoais a nada. Em Évora, queremos arrojar. Vai ser uma coisa mais divertida, mais fora da caixa”, diz o chef. “Terá o meu ADN, mas o ponto de partida é a essência da cozinha alentejana.”

Ainda em obras e com a carta a ser desenvolvida, a data de abertura do Forno da Telha não está fechada, sendo certo que acontecerá até ao final do ano. “E vamos ter muitos vinhos, temos uma cave grande com muitos vinhos do Alentejo”, revela, mostrando-se feliz por ter descoberto uma vida para lá da cozinha.

Quem o ouve quase não imagina como Miguel Rocha Vieira não tem parado nos últimos meses. Começou por inaugurar a Pizzeria, no Fontinha Hotel, com “pizzas napolitanas, borda altinha e fofa”. “Os produtos vêm todos de Itália e está a correr muito bem. Temos um carinho especial porque foi o primeiro que lançámos, num sítio que não era tão óbvio”, confessa, deixando no ar o desejo de escalar o conceito. 

Logo a seguir, meteu as mãos nas tradicionais lérias, um doce tradicional de Amarante, para as servir na cafetaria da Casa das Lérias, com novos sabores (Vinho do Porto, citrinos, maçã e canela, cacau ou especiarias). Na Casa da Companhia, na Rua das Flores, no Porto, "pusemos uma food truck, onde fazemos um bacalhau and chips, uma espécie de fish and chips, mas com bacalhau e também pode ser pedido em takeaway”, lista ainda. 

Ainda a norte, Miguel Rocha Vieira abriu o Blss U, no Sé Catedral Hotel Porto. “A localização é ímpar. É um hotel divertido, mais jovem. Quisemos fazer uma comida mais irreverente, como uma francesinha que se come com pauzinhos ou uma caldeirada de algas”, explica. “É uma comida um bocadinho diferente, do mundo, divertida, e montámos um bar para que se torne um ponto de encontro para dançar um bocadinho também. Achámos que faltava isso ao Porto.”

Rocha Vieira fala sempre no plural por não tomar nenhuma cozinha de assalto, mas também por partilhar o trabalho com Pierre-Olivier Petit, antigo director de Operações e de F&B (Food and Beverage) do hotel The Oitavos, em Cascais, e, nos últimos cinco anos, no grupo InterContinental. 

Em Évora, estará, porém, mais presente na cozinha. “Vamos ver se essa vontade ainda existe”, brinca. “Mas sim, é o que eu gosto e o que eu sei realmente fazer.”

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