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São mais de mil rótulos de vinhos de pequenos produtores que dificilmente encontra noutro lugar. O Donna Taça é o bar perfeito para se tornar um enólogo.
Se o mundo dos vinhos é dominado por homens, no Donna Taça as coisas são diferentes. A começar pelo nome, uma referência à dona da casa, a brasileira Fernanda Araújo Rosa, responsável pelas escolhas de vinhos das prateleiras do bar.
No Brasil já estava ligada a este universo. “Sou importadora há 13 anos e há cinco especializei-me na exportação de vinhos e espumantes brasileiros para todo o mundo”, conta. “Fui-me direccionando para Portugal porque tem uma boa aceitação de vinho português no Brasil e comecei a importar bastante.”
Depois de muitas viagens, mudou-se para Portugal há um ano e meio e montou aqui a sua empresa de exportação. “Precisava de mais rótulos e tive então a ideia de montar esse winebar.”
O Donna Taça abriu em Dezembro na Rua do Telhal, no espaço de uma antiga sauna gay, e se na parte de cima é winebar, em baixo, na cave, é onde funciona o negócio de exportação de Fernanda para todo o mundo – “para a América do Sul, África e agora estamos começando [a exportar vinho para] os Estados Unidos”.
“Acabei especializando o winebar em vinhos terroir”, explica Fernanda. “Vinhos pouco conhecidos, com pequena produção, que não estão nos grandes supermercados e nas grandes redes. Busco pequenos produtores e trabalho esses vinhos lá.”
Todos os vinhos que estão no bar foram provados pela equipa da casa, que sabe a sua história e está disponível para contá-la. Há vinhos portugueses, franceses, argentinos, chilenos, sul-africanos, australianos e até austríacos. “Sempre com a preocupação de serem pequenas produções e de terem alguma história daquele país ou daquela vinícola.”
A ideia é que os clientes – até agora a maior parte turistas – cheguem ao bar, bebam uma “taça”, como gostam de chamar, provem uma tábua de queijos e enchidos (também de qualidade, de pequenos produtores nacionais) e levem uma garrafa para casa.
Os vinhos não são seleccionados pelo preço, mas sim pela sua qualidade e portanto há para todas as bolsas, a começar nos 6€, por exemplo, e a multiplicar por vários dígitos, a mais de 500€. Um dos bestsellers da casa é o vinho verde branco Tempo, de Anselmo Mendes. “Acabámos ficando especialista neles.” Ou o espumante Prior Lucas, que tem tido uma “grande aceitação pelo mundo fora”. Há muitos vinhos do Porto, alguns verdadeiros achados e vendidos a copo, e também vinho da Madeira, popular nesta época do ano.
Nas paredes do bar há sempre uma exposição de um artista diferente, e as obras estão também disponíveis para venda. As provas de vinho são comuns, tal como eventos com enólogos (como a tertúlia com o enólogo Virgílio Loureiro), harmonizações de fondue de queijos com vinho ou degustação de sushi e vinho, workshops com vinhos biológicos e eventos mais corporate. Em Fevereiro está também planeada uma degustação guiada com Paulo Laureano.
Rua do Telhal, 4B (Avenida da Liberdade). Seg-Sáb 12.00- 00.00. Fecha ao domingo
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