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Morreu Luís Videira, proprietário d’A Valenciana e figura carismática de Campolide

Apesar de já não estar no activo, Luís Videira ainda aparecia no restaurante. Nascido em Vila Nova de Cerveira, no Minho, ao empresário se deve o crescimento d’A Valenciana.

Cláudia Lima Carvalho
Editora de Comer & Beber, Time Out Lisboa
Valenciana
Fotografia: Manuel Manso
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Dedicou-lhe uma vida. Durante mais de 50 anos, A Valenciana foi a casa de Luís Videira, minhoto, natural de Cornes, em Vila Nova de Cerveira. Ainda jovem, começou como funcionário no restaurante que acabaria por ser seu e que hoje está nas mãos do filho. Mesmo assim, Luís Videira mantinha-se uma presença assídua no restaurante conhecido pelo frango de churrasco. O empresário morreu esta terça-feira aos 83 anos. 

O funeral está marcado para esta sexta-feira na freguesia minhota onde nasceu e à qual Luís fazia tantas vezes questão de declarar o seu amor. “Há 47 anos que vivo em Campolide. Instalei-me aqui porque saí da minha terra com 13 anos”, contava em 2012 no programa da RTP2 A Conversa dos Outros. “Estive na Morais Soares no restaurante Primavera dez anos, de 1954 a 64, e pisei as terras de Campolide a 26 de Setembro de 1964. Um ano depois, foi escolhida essa data como o dia do meu casamento”, revelava. 

Na nota de pesar da Câmara de Vila Nova de Cerveira, lê-se como nesse mesmo ano – 1965 –, com a mulher Maria Teresa Videira, se tornou responsável pela churrasqueira. “Pela sua dedicação e inovação, fez crescer o negócio, sendo reconhecido e convidado para integrar a sociedade em 1970 e da qual acabou por ser o sócio maioritário e gerente da empresa”, aponta-se. “Em 1978, atravessou o Tejo, adquiriu uma quinta e construiu um empreendimento: a Quinta Valenciana, inaugurada em 1983, com várias salas para eventos, onde se realizam almoços de várias casas regionais, muitas delas do Alto Minho”, acrescenta ainda.

Quando olhava para o negócio, no programa da RTP2 dedicado a Campolide, Luís Videira destacava o crescimento do negócio ao longo dos anos. Conforme os vizinhos no Largo de Campolide deixavam os seus espaços, A Valenciana ia ocupando, passando de poucos lugares para centenas e de uma mão-cheia de funcionários para dezenas. “Chego pelas sete da manhã, saio pelas 19.30. Passam-se vários meses sem ter um dia de descanso, só consigo ter quando vou ao Norte à minha freguesia, onde nasci e que muito amor lhe tenho”, completava, confessando-se, ainda assim, mais de “Campolide do que de qualquer outra parte do país”, pelos anos ali vividos.

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