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Seguindo a calendarização do plano de desconfinamento, o Museu Nacional de Arte Antiga reabre no dia 18 de Maio e celebra o Dia Internacional dos Museus com uma nova exposição de Julião Sarmento, um concerto e um novo espaço de restauro da obra dos Painéis de São Vicente.
O regresso do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), nesta nova fase, faz-se com a inauguração de uma exposição que ocupará a Sala do Tecto Pintado – “A Linha que Fecha Também Abre”. Nesta mostra cinco desenhos de Julião Sarmento são postos em diálogo com oito desenhos italianos do Renascimento, vindos do acervo do MNAA, atribuídos aos artistas Baccio Bandinelli, Luca Cambiaso, Corregio, Pontormo e Francisco Venegas.
“Nesta 'linha que fecha mas também abre', através da presença dos trabalhos contemporâneos de Julião Sarmento, quebram-se, de certa forma, as sequências temporais, temáticas ou estilísticas que se estabelecem entre os artistas pertencentes a uma cronologia e cultura comuns, neste caso o Renascimento, permitindo-se assim, a quem visita este universo, que se abram novos caminhos de múltiplos sentidos, entre passado, presente e futuro”, explica o museu em comunicado sobre a exposição comissariada por João Pinharanda.
Além desta e da exposição permanente, será prolongada até 28 de Junho a estadia da obra convidada “Calendário”, do pintor flamengo Peeter Balten, que apresenta 12 pinturas com alegorias aos meses do ano.
Será também a 18 de Maio que o museu das Janelas Verdes apresenta pela primeira vez ao público a sua última aquisição – um desenho de Domingos Sequeira, um dos maiores artistas portugueses do século XIX. A obra “Um Estudo para Camões” foi adquirida em Dezembro de 2019, em Paris, e vem agora enriquecer o acervo do MNAA.
O museu preparou ainda um concerto à porta fechada, em que só o pianista Pedro Emanuel Pereira estará no local – o público estará em casa a acompanhar a emissão em directo, a partir das 19.00, na Antena 2.
A distinção de Lisboa como Capital Verde Europeia 2020 não está esquecida, e o MNAA vai cumprir a sua parte. A partir do dia da reabertura algumas das peças da colecção, da pintura à tapeçaria, vão ter uma tabela informativa com dados botânicos, que fazem parte do roteiro de representação botânica na arte. O museu quer “que os seus visitantes possam ter uma forma diferente de observar as obras, descobrindo outras leituras e novas dimensões sobre o mundo natural”, refere-se em comunicado.
A nova vida dos Painéis de São Vicente
Já passaram cem anos desde a última intervenção nesta obra mítica de Nuno Gonçalves, pintor régio de D. Afonso V. Ainda em 2020, arrancará um novo processo de restauro da obra e prevê-se que se prolongue até 2022. A equipa de restauro inclui, além de conservadores do MNAA, membros da Universidade de Ghent, na Bélgica, do Metropolitan Museum of Art, nos EUA, e do Museo del Prado, em Espanha.
Será no dia de reabertura que o Museu de Arte Antiga poderá, finalmente, apresentar o novo espaço onde decorrerá o restauro dos Painéis de São Vicente. O local vai estar vedado, mas visível aos visitantes que podem acompanhar os trabalhos in loco, daí que o próprio restauro seja feito de forma faseada, para que o público consiga acompanhar tudo.
O projecto resulta de um acordo mecenático assinado entre o Museu de Arte Antiga, a Direcção-Geral do Património Cultural e a Fundação Millennium BCP.
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