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Entre o Museu da Carris e o Centro de Congressos de Lisboa há um museu por descobrir. Apesar de estar mais ou menos bem identificado na fachada, quando o visitámos mais ninguém explorava a exposição que resulta de um acervo de mais de quatro mil objectos.
Na antiga Vila de Santo António, uma estrutura que se encontrava devoluta, nasceu em 1995 o Centro Científico e Cultural de Macau, um centro de investigação e formação dedicado à história das relações luso-chinesas até aos dias de hoje. E desde a sua fundação que foi constituído o acervo deste museu que teve como principal ponto de partida a aquisição da colecção do macaense António Sapage, uma das maiores do mundo no campeonato das terracotas e porcelanas chinesas.
Passando o arco que dá acesso a um pequeno jardim de toques orientais, as boas-vindas do Museu de Macau estão a cargo da bandeira e bandeja usadas na cerimónia de transferência de Macau para a China em 1999. E depois está convidado a fazer uma viagem a Macau em particular e à China em geral por apenas 1,5€.
Entre cerâmica, pintura, mobiliário, têxteis, documentos gráficos, numismática e ourivesaria, hoje a colecção do museu distribui-se por dois núcleos: A Condição Histórico-Cultural de Macau nos séculos XVI e XVII (que inclui secções como Portugal e China: Os Inícios do Encontro; A Cidade Portuária; Formas de Espiritualidade Chinesa; e A Ordem das Transferências e Cristianismo e Cultura), e A Colecção de Arte Chinesa, decorada a terracotas, bronzes, grés, porcelanas, objectos para fumo de ópio (que inclui um estojo de viagem do século XIX para, presumimos, clientes frequentes), pintura China Trade, lacas, leques, pratas, marfins, têxteis e numismática.
No edifício também há espaço para exposições temporárias e inaugura sexta-feira a "Novos Jardins de Macau" que apresenta as obras da artista visual e escritora Sou Vai Keng e do fotógrafo Martin Zeller, que conjugam fotografia e poesia sobre papel de arroz, montadas com recurso a técnicas tradicionais chinesas.