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Com o objectivo de “aprofundar a investigação sobre a resistência à ditadura e a luta pela liberdade”, o Museu do Aljube disponibilizou parte do seu Centro de Documentação no site oficial. Documentos dos fundos Oliveira Pio e Lino Bicari, assim como do Fundo Biblioteca-Museu República e Resistência são os primeiros a ficarem disponíveis no Arquivo Digital, que será enriquecido periodicamente. Mas que fundos são estes?
Como o nome indica, o Fundo Biblioteca-Museu República e Resistência veio da Biblioteca-Museu República e Resistência, localizada junto à Cidade Universitária, que faz parte da rede de bibliotecas municipais de Lisboa. Em 2015, e depois em 2019, cedeu parte do seu arquivo ao Museu do Aljube, constituído por diversas secções, como a Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos; Exílio e Exilados; Frente Portuguesa de Libertação Nacional; Luta Anti-Colonial; Movimento Associativo dos Estudantes do Ensino Secundário de Lisboa; Mulheres na Resistência; entre muitas outras.
Já o Fundo Lino Bicari é composto por um conjunto de documentos do italiano Lino Bicari (n. 1935), que se destacou como missionário do Instituto Pontifício das Missões Estrangeiras de Milão (PIME) na Guiné-Bissau, entre 1959 e 1963, durante a Guerra Colonial. Bicari combateu o colonialismo através do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde, no qual militou, e em 1990 radicou-se em Portugal. Chegou a ser consultor da UNICEF e trabalhou em diversas organizações não-governamentais, portuguesas, alemãs e holandesas e em projectos de desenvolvimento local em África. Este fundo inclui correspondência, imprensa ou documentos da autoria de Bicari.
Por último, o Fundo Oliveira Pio dá a conhecer o arquivo de Francisco Oliveira Pio (1897-1972), incansável opositor do Estado Novo. Ex-combatente da I Guerra Mundial em Moçambique e também da autoproclamada Monarquia do Norte (uma aventura que demorou 25 dias em 1919), tornou-se uma importante figura em várias tentativas de revolta contra a ditadura, tendo sido preso por diversas vezes, até partir para o exílio no Brasil em 1955, onde morreu em 1972. Documentação da oposição em Portugal e nas colónias; informação e outros documentos sobre o assassinato de Humberto Delgado, assim como documentação pessoal do “general sem medo”, são algumas das secções que integram este fundo.
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