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Museu do Tesouro Real abre portas à joalharia contemporânea

A 17 de Abril, o museu recebe a 2.ª Bienal de Joalharia Contemporânea de Lisboa. "Jóias políticas. Jóias de poder" é o tema central, numa edição onde são esperados cerca de 150 joalheiros – e uma exposição de tiaras.

Mauro Gonçalves
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Mauro Gonçalves
Editor Executivo, Time Out Lisboa
Bienal de Joalharia Contemporânea
DR"Tiaras Contemporâneas", Manuela Sousa
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Se visitar o Museu do Tesouro Real, entre 17 de Abril e 30 de Junho, a joalharia contemporânea estará no centro das atenções. A 2.ª Bienal Internacional de Joalharia Contemporânea de Lisboa acontece na Ajuda e, com ela, cerca de 150 artistas joalheiros apresentam as suas criações – muitas delas não podiam ser mais contrastantes com as peças centenárias que o museu alberga.

Promovida pela Associação Portuguesa de Joalharia Contemporânea (PIN), a bienal tem como tema central "Jóias Políticas. Jóias de Poder", num programa que não é alheio às comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, razão pela qual se compromete a "celebrar os valores da democracia com a manifestação artística da arte joalheira", como se lê no comunicado enviado na passada quinta-feira.

Haverá duas exposições centrais, ambas pensadas para reflectir diferentes formas de ligação entre jóias e poder, bem como figuras femininas que se destacaram na luta pela democracia ou contra a ditadura – em Portugal e não só. Em "Tiaras Contemporâneas", exposição com curadoria de Catarina Silva, antigos alunos do Ar.Co e artistas convidados, cerca de 40 no total, partem desta peça de joalharia em desuso para lhe dar formas contemporâneas. A proposta é também de diálogo com as jóias clássicas que fazem parte do espólio do Museu do Tesouro Real.

Eija Mustonen
DREija Mustonen

A outra exposição, intitulada "Jóias para a Democracia", vai contar com a participação de cerca de 60 artistas, todos eles desafiados a homenagear mulheres – conhecidas ou anónimas, portuguesas ou estrangeiras – que desempenharam um papel relevante na transição para a democracia ou que tenham sofrido com a ditadura – através de uma jóia, claro.

PIN e Museu do Tesouro Real unem-se ainda para atribuir o Prémio Mulheres da Democracia, cujo júri ainda será anunciado. "O apelo estético, a ligação aos valores da mulher homenageada e a qualidade do trabalho" ditarão as três peças vencedoras. "Nos festejos da Revolução, iremos certamente falar de muitos homens, dos capitães de Abril aos políticos que lideraram o regime, mas com estas
exposições e Prémio, queremos salientar o papel das mulheres que, pelo seu próprio trabalho ou pelas funções que desempenharam a acompanhar os maridos em altos cargos, participaram na construção da democracia, sacrificando a sua vida pessoal, familiar ou profissional”, refere Marta Costa Reis, presidente da PIN e curadora geral e directora artística da bienal, em comunicado.

Composta por mais de 25 eventos, entre exposições, encontros, masterclasses e conversas, a segunda edição da bienal espera atrair 15 mil visitantes, tendo ainda como parceiras estruturas como o MUDE, o Ar.Co, o Museu de Artes Decorativas – FRESS, a Galeria Zé dos Bois, o Atelier Tereza Seabra e a Galeria Reverso.

Museu do Tesouro Real, Calçada da Ajuda. Seg-Dom 10.00-18.00 (até às 19.00 a partir de 1 de Maio), 17 Abr-30 Jun. 10€ (bilhete de adulto)

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