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A cerimónia de apresentação do novo projeto museográfico do Museu Nacional do Azulejo (MNAz) aconteceu na terça-feira, dia 28 de Março, e destacou duas grandes novidades: a aquisição e exposição do painel “Triunfo de David” e a recuperação da Sala dos Arcos com novos painéis.
Para além da sua relevância artística, com um estilo que teve muita influência na azulejaria portuguesa, “Triunfo de David”, datado de 1680-1686, impressiona pelas suas dimensões, atingindo quase nove metros de comprimento por 1,70 metros de altura, nas quais são demonstradas três das cenas mais importantes da história de David e Golias. O painel foi produzido em Amesterdão provavelmente por Willem Cornelisz van der Kloet, fundador da oficina de azulejos De Twee Romania, ou talvez pelo mestre azulejador Jan van Oort – não se sabe ao certo.
Com uma história curiosa, o painel regressa a casa ao fim de 76 anos. Alexandre Pais, diretor do museu, contou durante a apresentação que “a obra esteve presente na 6ª. exposição de azulejaria no Museu Nacional de Arte Antiga, em 1947 (...) que foi a génese deste museu, portanto, era de facto a peça que nos faltava.”
"Triunfo de David" foi adquirido em Dezembro do ano passado pelo Ministério da Cultura, por 120.000 euros, e está agora exposto numa sala dedicada. O ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, que não faltou à apresentação, aproveitou a oportunidade para reforçar o esforço dos privados no apoio à cultura e à aquisição de peças para o património cultural e o lado simbólico que este painel representa com o seu regresso à coleção do MNAz.
Paralelamente à apresentação de "Triunfo de David", voltaram a abrir-se as portas da Sala dos Arcos, reabilitada graças ao investimento de 47.000 euros da fundação Millennium BCP. O museu inaugurou esta sala nobre com 16 painéis de azulejaria barroca e rococó do século XVIII, nunca antes expostos ao público. O diretor do MNAz destacou da nova coleção o grande painel que representa uma batalha da antiguidade entre Alexandre da Macedônia e Dario da Pérsia em Isso e o relógio em azulejo que, com a colaboração de um mestre relojoeiro, permitiu colocar um ponteiro não só mostra as horas como explica como se viam as horas no século XVIII.
Além das novas peças na sala recuperada, poderá ver obras de azulejaria da Grande Produção Joanina do século XVII. Maioritariamente criadas em Portugal, apresentam temas característicos do estilo, mas também personagens da história do mundo e da mitologia como Hércules, Platão, Galateia ou Maria Madalena.
Rua Madre de Deus, 4 (Xabregas). 21 810 0340. Ter-Dom. 10.00-18.00. 5€
Texto editado por Vera Moura
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