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Músicos de todo o mundo desfilam pelo Cais do Sodré em mais um MIL

O festival e conferência musical realiza-se este ano entre 27 e 29 de Setembro. O programa de concertos, anunciado esta terça-feira, inclui mais de 50 bandas e artistas.

Luís Filipe Rodrigues
Editor
Glockenwise
© Renato Cruz SantosGlockenwise
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O MIL é um paradoxo. Poucos festivais são tão intensos e cansativos (há demasiados concertos a acontecer ao mesmo tempo); por outro lado, são menos ainda os que se deixam desfrutar tão calmamente e os que nos convidam a aceitar tão bem o facto de perdermos a generalidade dos concertos. Isso deve-se, em boa parte, ao formato do festival, que este ano se realiza entre 27 e 29 de Setembro, e volta a ter um alinhamento composto maioritariamente por novos artistas, com uns quantos craques para encorajar os menos aventureiros a comprar bilhete, tipo os Glockenwise.

Os mais famosos filhos de Barcelos são o nome mais sonante desta edição do MIL, que volta a tomar de assalto múltiplas salas do Cais do Sodré – concretamente, o Musicbox, o Roterdão, o Estúdio Time Out, o Lounge, a LISA, o Titanic Sur Mer e o B.Leza. Mas não são os únicos que estamos acostumados a ver e ouvir. Também lá está Papillon, rapper português com milhões de visualizações no Youtube; ou, por exemplo, Ana Lua Caiano, cantora e compositora de música tradicional infectada pela electrónica, cujo álbum Se Dançar É Só Depois fez correr tinta este ano.

Claro que não são eles que tornam o MIL especial. Há perto de cem festivais onde podíamos vê-los. Mas depois olhamos para o cartaz e encontramos outros nomes: April Marmara, hipnotizante cantora/compositora de música folk; Hetta, uma das mais dignas bandas que anda a pisar os palcos deste país, influenciada pelo pós-hardcore e o screamo; bbb hairdryer, o melhor power-trio que Portugal alguma vez viu, meio que os Nirvana do Bleach carregados de esteróides; e ainda Meia/Fé, colectivo de Yung Xalana, casaxangai e 80 Tu & Eu, dois miúdos e mais um par de miúdas do bem, a fazerem música e a viverem de uma maneira que nos dá vontade de voltar a acreditar no futuro.

E depois há os estrangeiros. Uma data de brasileiros, e uma comitiva espanhola que mete respeito e bebe de muitas fontes, do queer-urbano de Eurowitch ao hyperpop de Tristan! e das canções indie de Teo Planell às rumbas com dor de corno de Paco Moreno. Há franceses que nunca ultrapassaram o pós-punk (Société Etrange) e outros que fazem electrónica carregada de cumbia e exotismo latino (Cuarto Mundo; nome brilhante, quem sabe, sabe). Ainda há o John Maus grego (ou "o Scott Walker", segundo o programador Pedro Azevedo); alguns belgas (Shoko Igarashi, Don Kapot, Gaiko); um par de holandeses ou lá como se chamam agora as pessoas daquela terra (Badtime e Comforter2); outros tantos noruegueses (Tex e Krissy Mary); e mais uns habitantes da Europa e do mundo.

Ninguém vai gostar de todos estes nomes, mas todos vão gostar de alguns – se calhar, de muitos. E vão poder vê-los por 25€ (se comprarem já o bilhetes) ou 30€ (se não se apressarem). Há ainda bilhetes diários, por agora a 15€, mas daqui a pouco a 20€; e um bilhete profissional, que dá acesso à convenção musical e a uma base de dados da indústria, por 50€ ou 60€. Sobre a convenção, ainda não se sabe nada. Mas costuma valer a pena.

Cais do Sodré (vários locais). 27-29 Set. 15€-6€

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