Notícias

Na Cabana, junto à Embaixada, entre o Jardim Botânico e o Príncipe Real

Uma sala-de-estar nas traseiras da Embaixada, longe da confusão, com boa comida e bons vinhos: assim é o novo restaurante do Príncipe Real.

Cláudia Lima Carvalho
Editora de Comer & Beber, Time Out Lisboa
Casa Cabana
Mariana Valle Lima
Publicidade

Há uma cabana que se esconde no Príncipe Real, nas traseiras da Embaixada. Um sítio para se estar sem pressas, onde nem os carros que enchem a Rua da Escola Politécnica se ouvem. Um oásis entre plantas onde mesmo nos dias frios se está bem, qual sala-de-estar. Lá dentro, há um jogo em cada mesa, como o dominó, o mikado ou o 4 em linha. Há livros que se partilham e um gira-discos que até pode tocar um disco de casa que tenha levado. Para os miúdos, um cesto cheio de brinquedos. À mesa, a comida chega em tábuas de madeira a pedir a partilha.

Casa Cabana
Mariana Valle Lima

Na Casa Cabana, quer-se tempo, para se estar e aproveitar. Um copo ou uma refeição rápida contrastam com a experiência que Sheikha Diane quer proporcionar. “Isto é uma cabana no jardim, mas quero a vibe cool de uma cabana na praia.” E quando diz isto, a francesa, que se mudou para Lisboa depois de 18 anos na Arábia Saudita, não está a pensar em festas de praia e coboiada. Antes num ambiente descontraído, como quem está em casa com amigos. “Quero que sintas que estás numa sala com terraço”, diz Diane, com uma vida ligada à consultadoria. 

A ideia para este espaço surgiu quase por acaso. Num espaço em que havia uma parede e pouco mais, Diane viu potencial quando não estava sequer virada para ter um negócio próprio. “Eu fiz isto tudo por mim, fui eu que construí isto. Perdi dez quilos e dormi muito pouco”, conta, de ar orgulhoso com o resultado, lembrando que foi por pouco que não foi viver para França. Reviravoltas da vida que acabaram a dar frutos. Mesmo assim, não quer ser ela a tratar de tudo. Ela é a pessoa das ideias, que faz acontecer. Para ficar em Lisboa, onde veio para tirar um mestrado, queria ter alguma coisa. “Queria ser empreendedora, tem a ver com o que eu sempre fiz”, explica. A premissa pode parecer simples, mas não é fácil: “Tudo o que eu faço, não existia antes. Tanto pode ser um novo hotel, um novo restaurante”.

Aqui, quer oferecer um espaço com boa comida, vinhos naturais e cocktails, brunch ao domingo e uma programação especial em determinados dias. “Quero dinamizar mais o Príncipe Real”, continua, contando que não quer ser vista como “mais uma francesa com um restaurante”. “Logo eu que não vivo em França desde os 17 anos.”

Para abrir a Casa Cabana, Diane percorreu o país, informou-se sobre a gastronomia nacional, instruiu-se sobre os vinhos e até sobre o artesanato. “Conheço bem Portugal, fiz questão de aprender”, garante. 

Casa Cabana
Mariana Valle Lima

Mesmo assim a carta que apresenta é internacional: “Pensei no que eu sentia falta em Lisboa ou no que eu gostaria de ver”. A comida é servida em tábuas de madeira compostas sempre por mais do que um prato, perfeitas para partilhar e também para aqueles que, como Diane, nunca sabem o que escolher. Cada tábua corresponde a um sítio com significado para a responsável ou para alguém da equipa. A tábua do Médio Oriente (17€/1 pessoa, 30€/duas ou 35€/3), por exemplo, chega à mesa com um falafel, hummus e baba ganoush, kafta, tapenade de azeitona, pão pita e legumes frescos.

Cada tábua, cada vinho (maioritariamente natural) ou cerveja vem acompanhada de uma descrição – é também essa a história desta Casa Cabana. 

Casa Cabana
Mariana Valle Lima

Às quintas-feiras, as noites são de tacos, e aos domingos é dia de brunch. É tudo pedido à carta, com várias escolhas menos convencionais como os pimentos assados recheados com cuscuz, acompanhados com batatas assada e salada (11€), ou uma shakshuka, aqui adaptada com os ovos a serem ladeados por espinafres e cebola, e uma base cítrica (10€). Mas nada tema se for fã de abacate e panquecas porque também cá estão essas opções. Além disso, pode sempre acompanhar com umas ostras frescas (6€/3 unidades). Para beber, há sumos naturais, mas a casa aposta forte nos cocktails de autor. 

Casa Cabana
Mariana Valle Lima

As plantas que dão cor e vida à cabana vêm dos Açores e estão à venda. E há mais: um espaço na rua dedicado ao jogo francês petanca. “Estou a tentar puxar pela petanca, ninguém sabe que há isso no meio da cidade.” O ideal é ir com tempo. 

Calçada da Patriarcal, 40 (Príncipe Real). Ter-Qui 16.00-23.00. Sex-Sáb 17.00-01.00. Dom 11.00-16.00

Os melhores novos brunches em Lisboa

Últimas notícias

    Publicidade