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Uma figura verde com duas cabeças e oito braços destaca-se entre outras criaturas de mundos paralelos desenhadas nas paredes do Alto, um novo american bar na rua Marquês de Fronteira, no topo do Parque Eduardo VII. Essa personagem foi a forma que Goose, o artista residente, encontrou para representar o chef Dimas Cavallo e o foodie Tiago Drummond, os dois sócios e amigos que no final do ano passado nos deram a conhecer o seu Gambar, um restaurante dedicado às gambas no Cais do Sodré, e que também têm mão na hamburgueria Blue Jeans, em Paço de Arcos.
Apesar de ter algumas semelhanças com o Gambar, como a preferência pela cerveja artesanal, cortesia da Musa; a preocupação com a sustentabilidade, evidente na escolha dos ingredientes e no seu método de confecção; e uma montra para artistas; o Alto distingue-se dos projectos anteriores. “O Blue Jeans é mais familiar, o Alto é mais jovem. O Gambar é totalmente diferente, mais intimista”, explica Tiago Drummond. “Isto é local, isto é um bairro com uma componente muito moderna, há muitos estudantes, há muitas universidades, há muito liceu aqui à volta”, acrescenta.
O nome Alto vem de alternativo, característica que se manifesta na vibe dinâmica, juvenil e artística do espaço com 55 lugares espalhados por dois pisos e uma pequena esplanada. Para Tiago, este traço é ainda flagrante no que diz respeito à concorrência. “Sabendo que há uma hamburgueria de duas em duas portas e que são quase todas muito iguais naquilo que oferecem e como o fazem, achei por bem fazer outra coisa. Não quero que seja fast food, quero que isto tenha uma forma de ser diferente”, diz. “Hamburguerias há muitas e acho que a procura vai acabar por decair. Não quero que me chamem de hamburgueria. Eu gosto da ideia de que, daqui a um, dois, três anos, se a coisa do hambúrguer arrefecer, eu consigo fazer a transição para algum outro tipo de coisa sem perder a marca”, sublinha Dimas.
É fácil perceber por isso que no menu criado por Dimas Cavallo e preparado pelo cozinheiro Pedro Reis, há hambúrgueres (com carne do Alentejo), e também uma opção vegetariana e uma de peixe. O Salerno (11,90€) é, segundo Tiago, “o melhor hambúrguer de Lisboa e arredores” e uma referência às origens italianas do chef executivo Dimas Cavallo. Leva carne de vaca, mozzarella fresca, molho de tomate caseiro, cebola frita, pesto e rúcula. O Veggie Dimension (11,90€), é feito com tofu ou seitan no bolo do caco com cogumelos salteados e espinafres frescos. “Eu queria um hambúrguer vegetariano, que qualquer pessoa como eu, que adora hambúrgueres, comesse e gostasse”, conta Tiago.
Dimas conhece muito bem a arte de fazer hambúrgueres. No Blue Jeans, onde não é sócio, mas é chef, já trabalhava com eles, mas aqui quis fazer diferente. “Peguei em algumas coisas que criei lá e que davam certo, mas aqui consegui dar-lhes um tratamento diferente, com produtos diferentes. E depois também criei umas coisas novas para cá. Eu não repito as receitas de lá”, garante.
Em destaque no menu do Alto está também uma invenção do chef executivo: os wrapinis, uma fusão entre o panini italiano tostado e o wrap americano. Experimentámos o In The Flesh (8,90€), com recheio de hambúrguer, picles, bacon, vários queijos, cebola roxa e tomate. Aos hambúrgueres e aos wrapinis juntam-se as saladas (8,90€-9,90€), um “panadão” (frango panado, 14,90€), e um prato de piano de porco assado (12,90€). Nas entradas, pode provar os nachos Big Man, Pig Man (7,90€), com molho de queijos, feijões encarnados, tomate, pimentos vermelhos grelhados, cebola roxa, guacamole, salsa fresca e porco desfiado; e as Garlic Lemon Dodo Wings (5,90€), umas asas de frango fritas com molho de alho e limão. De segunda a sexta, entre as 12.00 e as 15.00, está disponível um menu de almoço (10€), com direito a hambúrguer, um wrapini ou uma salada e uma bebida, sobremesa e café. Aproveite igualmente as happy hours, entre as 16.00 e as 18.00 — na compra de duas cervejas Musa, o Alto oferece umas batatas fritas ou uns nachos para picar.
Dimas e Tiago estão a planear abrir outro espaço no Verão. Um restaurante “mais sofisticado”, revela Tiago. Até lá, querem alimentar a sala do piso de baixo, bem mais privada e com direito a televisão. “A sala lá em baixo tem excelentes condições de som e visuais que nós queremos aproveitar para que grupos de jovens possam ter aqui os seus encontros e as suas festas”, remata.
Rua Marquês da Fronteira 117A (Parque Eduardo VII). Seg-Qui 12.00-23.00. Sex-Sáb 12.00-00.00.
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