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O cheiro inconfundível da massa fresca convida a entrar no novo CaJa, nos Anjos, mas é pelo conforto que ficamos para mais um copo, que é como quem diz para uma refeição mais demorada. Aqui sentimos o aconchego de uma casa italiana, daquelas sem efeitos especiais.
A comida é simples, a música é alegre e o ambiente descontraído e acolhedor. O menu está escrito a giz na ardósia preta, as prateleiras estão compostas de frascos com molhos italianos, pacotes de massa e garrafas de vinho, e o verde da planta de manjericão sobressai no fundo branco do restaurante, que tem capacidade para dez pessoas no interior. Das colunas saem jazz e blues.
“Quero que este seja um lugar para todos, mesmo que pequenino, onde conseguimos falar, contar histórias e comer juntos. É um sítio onde eu entraria para comer, com preços acessíveis. Simples e bom”, diz Catalina (Catita) sobre o restaurante que partilha com o marido Bubacar.
A chilena Catita, que faz jus à alcunha, viajou de Itália para Portugal há dez anos e foi aqui que se apaixonou. Desta história de amor e da necessidade de reinvenção na pandemia nasce este “laboratório de pasta fresca italiana”, como descrevem. “Antes tínhamos um alojamento local, mas com a pandemia tivemos de nos reinventar. Gostávamos de cozinhar e de estar com o público, com as pessoas. E a comida junta tudo”, conta a responsável.
Catita garante que o marido é um grande cozinheiro e ela também sempre cozinhou, mas foi quando viveu em Itália que pôs as mãos na massa. “Conheci muita gente que me ensinou a cozinhar mesmo bem. Este tipo de comida faz parte da tradição de Bolonha e como o nosso sócio também é italiano tentámos fazer uma coisa nova, mais fresquinha, como é a massa fresca, e uma coisa fácil de servir e para preparar com gosto”, explica.
O CaJa funciona a quatro mãos, com Bubacar quase sempre na cozinha e Catita no serviço, e abriu no final de Julho, mas já se formam filas de curiosos e clientes habituais que voltam para mais uma dose. “Está a correr muito bem, estamos muito contentes. É uma surpresa. Aproveitámos o tempo da pandemia para fazer obras e conseguimos abrir quando a maioria estava a fechar”, orgulha-se.
A carta inclui as mais tradicionais relíquias italianas. Para comer há cappelletti (6€), tagliatelle (4,5€), gnocchi (4,5€). As massas frescas podem ser acompanhadas de molho de tomate ou carne (incluído no preço) ou molho de trufa (+2,5€), nata (+1€), e tomate seco (+2,5€). É ainda possível optar pela lasanha vegetariana ou com carne (5,5€) e ravioli com recheio de espinafres (5€) ou com recheio de peixe (6€). Nas sobremesas não faltam o tiramisù e o bolo de chocolate (2€). Para beber o CaJa serve refrigerantes, limoncello, vinhos e até cervejas portuguesas.
Para responder à afluência, o CaJa está a desenvolver uma esplanada. “Vai ajudar muito. Não queremos mandar fora as pessoas”, remata.
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