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A rota pan-americana é, segundo muitos, uma experiência de vida a não perder. Composta por uma rede de estradas de cerca 30 mil quilómetros, a rota liga a Argentina ao Alasca, nos Estados Unidos, numa viagem que se pode prolongar por vários meses. No La Panamericana, Chakall quer levar-nos nessa viagem, mas através dos sabores. A carta passa pelo México e Brasil, pelos Estados Unidos, pela Colômbia e Argentina. E as noites querem-se bem animadas: às sextas-feiras e sábados, há DJ sets.
Na verdade, a viagem não começa quando nos sentamos à mesa – começa logo à entrada. O restaurante de Chakall, que abriu no Verão, fica na Avenida da Índia, mesmo ao lado da Casa da América Latina. Quando entramos, vemos que o espaço é grande e a decoração denuncia as inspirações que percorrem a carta. Começamos na Patagónia, seguindo pela Argentina, Chile e Peru. No tecto, as figuras desenhadas lembram as linhas de Nazca, geoglifos que se encontram no solo do deserto de Nazca, no sul do Peru.
Depois, passamos pelo Equador e pela Colômbia, de onde são os cestos suspensos no tecto, e pela Venezuela. As paredes pintam-se de padrões tribais coloridos. “Isto é uma coisa que tenho há 30 anos na minha cabeça”, começa por dizer Chakall. “A minha mãe tinha um restaurante na pan-americana, na Ruta Nacional 9, e eu vivia aí perto. Depois, fiz a estrada de mota até à Colômbia e, noutro ano, fui de avião até à Colômbia, onde apanhei o autocarro e o barco até ao México. Foi algo importante.” Chakall confessa até que, inicialmente, o conceito era para nascer na forma de uma food truck, mas entretanto surgiu a oportunidade de ocupar este espaço.
Passando o bar, há um corredor, em que os vitrais nas janelas são inspirados nos vitrais das igrejas mexicanas, que vai dar à sala do Alasca e Canadá, com acesso a um terraço privado. E, além deste terraço, o espaço exterior acomoda mais algumas mesas e é onde acontecem eventos, concertos e festas. “A ideia é que isto seja um centro de latinos, de portugueses, de todos. Mas que seja sobretudo um lugar de festa, com boa comida e que proporcione uma boa experiência”, realça. Com o objectivo de dar a conhecer melhor a cultura destes países, todos os meses há menus e animação dedicada a cada um deles.
No que toca à carta, há muito por onde escolher, desde um sem-número de entradas a pratos principais. Destacam-se a mandioca frita com molho de maionese de sriracha (5€); o trio de arepas, de porco, feijão e queijo, e frango e abacate (12€); o taco vegetariano (10€), com guacamole panado, molho de tomate e pimentos; o taco de gambas (14€), com molho de pimentos e manga; e um prato que junta mousse de abacate com tomate e cebola roxa, escabeche de beringela, pasta de feijão preto, polenta frita com molho latino, e banana frita (5€). Também há empanadas de carne (9€/2 unidades).
De peixe, a inspiração brasileira traz-nos robalo fumado numa folha de bananeira em espuma de moqueca, com arroz de coco, farofa de castanhas do Brasil, molho de pimentos, cebola e tomate (22€). Ao contrário do resto dos produtos, que são nacionais, a carne vem da Argentina. Há picanha grelhada, com puré de batata e molho chimichurri (24€), porco assado em baixa temperatura com pele crocante (22€), e hambúrguer de novilho Angus com bacon crocante, cheddar, pickles e chaksauce de chipotle em pão brioche (18€).
No final da carta, encontramos quatro sobremesas. Destaque para o creme de lima e suspiro (9€). Já do bar, comandado por Ramiro Felício, saem cocktails clássicos e de autor. Ao Não há pisco como o nosso (11€), uma versão de um pisco sour, com melancia, poejo e lima, junta-se o Dark and cloudy (11€), com rum, pepino, ginger beer e espuma de gengibre, e também o Palomas há muitas (12€), com tequila, agave, pimento assado, toranja e soda de toranja.
Acima de tudo, no La Panamericana, importa a Chakall criar uma experiência sem igual e também a qualidade. Não só tê-la, bem como mantê-la. “A questão está aí, manter a qualidade e que seja um negócio sustentável. Tu tens um restaurante Michelin, dá dinheiro. Eu tenho um restaurante para ganhar dinheiro, para ser bem feito, e não para alimentar o meu ego”, remata.
Avenida da Índia 110 (Belém). 21 364 0839. Ter-Qui 16.00-23.00, Sex-Sáb 12.30-23.00
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