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No novo Croqui, Constança Cordeiro esboça e serve cocktails para todos

A fundadora da Toca da Raposa e do Uni abriu um espaço de produção, em Alcântara, que também é um bar de bairro descontraído. Fomos conhecê-lo.

Luís Filipe Rodrigues
Editor
Croqui
Rita ChantreConstança Cordeiro
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Na arquitectura, no desenho, até no jornalismo, um croqui é um primeiro esboço – rápido e descomprometido – de uma casa, de uma pintura, de uma página. Em Alcântara, o Croqui é um bar, descomplicado e aberto das seis da tarde até à uma da manhã. Mas não só. É também um espaço de produção e preparação, onde, das nove às cinco e fazendo jus ao nome, começam a ganhar forma as obras coqueteleiras que a equipa liderada por Constança Cordeiro vai terminar nos seus outros bares, a Toca da Raposa e o Uni, e preparar para os restaurantes e eventos em que ela faz consultoria.

Quando regressou de Londres para abrir o seu próprio bar, em 2018, a barmaid não sabia o quanto o negócio ia crescer. Por isso, “a produção estava toda centralizada na Toca [da Raposa], que não foi desenhada para ser um centro de produção”, explica. “Só que a operação começou a crescer, e eu cada vez a querer fazer mais consultorias, mais eventos, com uma máquina aqui, uma máquina ali. Agora estão concentradas aqui, todas em linha. Em termos de trabalho, é muito mais eficiente.”

Croqui
Rita ChantreCroqui

Reduzir o número 16 da Rua Vieira da Silva a um centro de produção, de portas fechadas ao público, no entanto, seria trair o seu legado. Durante décadas aquela barra de inox e aquelas paredes tinham sido o balcão e os tapumes de O Maravilhas, magnífico tasco e instituição alcantarense, onde a Dona Ermelinda servia todo o mundo com o mesmo cuidado e carinho. “Então decidimos abrir à noite”, conta a mixologista, que espera continuar a servir os habitantes e os trabalhadores da zona.

“Eu planeio muito e idealizo muito, mas já aprendi que posso fazer todos os planos do mundo, mas quem vem cá é que vai decidir no que isto realmente se vai tornar”, reconhece. “O Croqui abriu portas há um mês, por isso ainda não consigo dizer o que vai ser. Mas o meu sonho era que fosse um espaço de estar descontraído, de bairro. Porque há cada vez mais gente a morar aqui. A cidade já não pode crescer muito mais para outros lados, e vejo muita gente nova a movimentar-se nesta direcção. É uma tendência natural.”

Croqui
Rita ChantreCroqui

Uma carta que vale por quatro

A partir do momento em que decidiu abrir as portas do seu laboratório ao público, Constança começou a interrogar-se: “Qual é a identidade deste espaço? Como, de facto, ele nasceu para servir os outros [bares e negócios], quisemos recuperar umas bebidas da Toca, outras do Uni e algumas da Fae, que é a empresa de consultoria e eventos”, enumera. “Depois temos o fermentado do mês, o shot do mês, que é uma coisa mais experimental, e os clássicos icónicos, que são as bebidas, pronto, daqui.”

Os “clássicos icónicos”, descritos como “coisas simples e divertidas” pela proprietária, têm nomes familiares ma non troppo. Há oito propostas, incluindo o Avoquiri (10€), inspirado no daiquiri, mas com rum, abacate e limão; o Mc Gimlet (10€), que do tradicional gimlet só tem o nome, feito com vodka, sunday de baunilha e batatas fritas “do McDonald’s”, sublinha; o Liberdade Sour (10€), assim chamado porque “Liberdade é o bairro japonês em São Paulo”, com cachaça, leite condensado, lima kaffir e yuzu, meio brasileiro, meio asiático; ou o Maki Mary (10€), a sua reinterpretação do Bloody Mary, que junta ingredientes típicos da cozinha japonesa, como alga nori, mirin, soja e wasabi, à vodka e ao tomate.

Croqui
Rita ChantreCroqui

Dos outros espaços, por sua vez, vieram cocktails como o Shaia (11€) e o Umblah (10€), do Uni, caracterizados como “refrescante, delicioso, leve, tropical” e “limpo, suave, aromático, umami”, respectivamente. Ou, da Toca da Raposa, o Beija-flor (9€), com gin, lúcia lima, soda de tutti frutti; o T-Rex 2.0 (11€), com mezcal, ananás, coentros, hortelã e kimchi; o Veado Tufado (10€), com whisky, batata doce e côco; e o Tubarão (9€), com brandy, bola de Berlim e flore de laranjeira. Já do Fae veio, por exemplo, o Tomato Appletini (9€), com vodka, tomate e maçã verde.

Não há só cocktails, porém. Além de mocktails, feitos “com o que houver dentro do frigorífico”, de acordo com as preferências dos clientes, há propostas mais acessíveis na carta, como um trio de cervejas – a lager, a IPA e a APA da Barona, todas a 4€ – e outros tantos vinhos (6€), um branco, um tinto e um laranja. Há ainda três snacks, para enganar a fome: azeitonas (4€), fuet (5€) e queijos (5€). A ideia é tornar o espaço acessível a todos. “Se fosse cliente, eu não iria a Toca e ao Uni todos os dias. Mas aqui, se este fosse o meu bairro, viria”, garante. “É um bar de todos os dias.”

Rua Vieira da Silva, 16 (Alcântara). Qua-Dom 18.00-01.00

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