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No Oceanário, peixes só no aquário. À mesa não há produtos do mar

O #SeaTheFuture conta agora com a chancela do Grupo SushiCafé e promove refeições sustentáveis à base de plantas.

Raquel Dias da Silva
Jornalista, Time Out Lisboa
taco de guacamole picante e vinagrete de manga e coentros
Fotografia: João CatarinoTaco de guacamole picante e vinagrete de manga e coentros (4,50€)
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No espaço amplo e luminoso, com janelas de alto a baixo, viradas para a Esplanada Dom Carlos I, a música ambiente é uma compilação artificial de sons da natureza, desde o marulhar das águas até ao pipilar das gaivotas. À hora de almoço, entre as 13.00 e as 14.00, as mesas já estão quase todas ocupadas e até há crianças a pôr à prova o piso, em corridas fortuitas. Descomplicado e familiar, assim se resume o #SeaTheFuture, o novo restaurante do Oceanário de Lisboa. No menu, onde não entram produtos do mar e os pratos de carne são uma minoria, destacam-se as opções vegetarianas e sem glúten.

“Quiseram saber se estávamos interessados. Para nós foi um desafio, porque não tem nada a ver com o nosso core business”, conta-nos Diogo Roquette, director de operações do Grupo SushiCafé. “Oferecer peixe aos clientes depois de uma visita ao Oceanário não fazia muito sentido, por isso optámos por um conceito sustentável completamente fora da caixa, para o qual convidámos a [chef] Bianca, com quem já tínhamos trabalhado. Depois de um mês a desenvolver o menu, com muita criatividade e o seu expertise na cozinha vegetariana e vegan, excedeu completamente as nossas expectativas.”

restaurante do Oceanário de Lisboa
Fotografia: João Catarino

Seguindo um dos princípios fundamentais das dietas sustentáveis, promove-se o aumento do consumo de leguminosas e frutas através de refeições à base de plantas, com produtos orgânicos, sazonais e cuja proveniência seja conhecida, de preferência de produtores e empresas locais. Destacam-se, por exemplo, o taco de guacamole picante e vinagrete de manga e coentros (4,50€) e o hambúrguer vegetariano (11€), de feijão e cogumelos portobello, com salada coleslaw e chips de batata doce. “É uma receita especial. Ninguém tinha muita fé nesta ideia do hambúrguer de feijão preto até provarem”, assegura a chef, vegetariana há cerca de cinco anos. “Conseguimos dar a volta à textura farinácea e vem com maionese vegana. É muito saborosa.”

hambúrguer de feijão e chips de batata doce
Fotografia: João CatarinoHambúrguer vegetariano (11€), de feijão e cogumelos portobello, com salada coleslaw e chips de batata doce

Há ainda cremes de cenoura e tomate (5€/cada), sanduíches de cogumelos (9€) e falafel de grão (11€), piadinas vegetarianas (9€-9,50€) e várias bowls, como a mediterrânica (11€), com noodles de curgete, tomate cherry confitado, burrata, abacate e pevides de abóbora; ou a grega (11,50€), com halloumi grelhado, pepino, pimentos, pickles de cenoura, espinafres, croutons, alecrim e molho tzatziki. Se os miúdos torcerem o nariz, não entre em pânico: o menu inclui sugestões para bons garfos de palmo e meio, como panadinhos vegetarianos (7,50€) e penne bolognese (6,50€).

Em menor número, há também pratos com proteína animal, como a tosta de frango (8€), com pimentos, cogumelos, salada coleslaw e maionese de alho vegan; a bowl de frango do campo (12,50€), com couscous e legumes grelhados; e o hambúrguer de novilho no pão (13,50€), com tomate cherry confitado, rúcula, cebola caramelizada, maionese de alho vegan e chips de batata-doce. “Muitos visitantes vêm em família e não queríamos forçar as crianças a comer [vegetariano ou vegan]. É importante gostarem e há oferta, mas também temos alternativas”, esclarece Diogo Roquette.

Para matar a sede, há desde smoothies e sumos do dia até bebidas alcoólicas, como a cerveja artesanal Ocean Beer (3,50€-4,50€), produzida por três surfistas, da Fundação Ocean Born, para a qual revertem os lucros das suas actividades comerciais – ou seja, se pedir uma estará a contribuir para a conservação dos oceanos. Se preferir, também há vinhos naturais (4€-5€), de pequenos produtores locais, que acompanham em beleza os pratos principais. Nas sobremesas, entre tanta escolha, sobressai o crumble de maçã (3,50€), em fatia de bolo generosa, à qual é possível juntar gelado (4,6€-5,6€). A chef Bianca sugere o sabor de baunilha para um contraste refrescante.

No próximo ano, o Grupo SushiCafé prevê inaugurar um espaço de bar com esplanada. “Deverá abrir em Abril. Já estamos em processo criativo. Vamos ter alguns cocktails e muitos mocktails vegetarianos, shots revitalizantes e snacks. Pensámos em criar também uma zona de piquenique, para termos um pack com uma cesta antiga e uma manta. A ideia é proporcionar bons momentos em família.” Para breve, está o menu de “brunch all day”, com opções como granola com iogurte, açaí e fruta do dia (8,50€), panquecas de cacau e banana (7€), com calda de chocolate, e papas de aveia (8€), com frutos vermelhos e crocantes de coco.

Oceanário de Lisboa. Esplanada Dom Carlos I, Parque das Nações. Seg-Dom 10.00-19.00.

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