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No Tayybeh, a Síria é o ingrediente principal

Escrito por
Tiago Neto
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O Tayybeh começou como uma aventura no catering mas o feedback foi bom, a paixão cresceu, e arranjar um espaço para fazer um restaurante a sério foi o passo seguinte. Alan Ghunim e a mulher, Ramia, ambos engenheiros informáticos, saíram da Damasco em guerra para fazer casa em Portugal há três anos e a cozinha da terra natal foi o bilhete de entrada.

Viveram no Dubai, depois no Qatar e a última paragem foi por terras lusas. Aqui, Alan abriu uma pequena start-up e acabou a aceitar dois trabalhos no Sal, em Cabo Verde. Ramia, na altura a trabalhar com o Financial Times, pensou o negócio. Começou pelo trabalho social, passou ao catering mas foi no Festival TODOS que mostraram o valor. "Foi a primeira vez que cozinhámos para pessoas portuguesas. Estávamos receosos que não gostassem mas na verdade ficámos sem stock. No dia seguinte aconteceu o mesmo, então decidimos continuar nesta área, continuar a fazer cozinha síria", conta.

O Tayybeh nasceu assim, de um acaso que uniu sob o mesmo tecto a língua e os pratos. No 62A da Estrada de Moscavide, o espaço é amplo, decorado com a autenticidade de casa e com pedaços de portugalidade que foram descobertos por Alan. "Fomos à procura de parcerias, start-ups, negócios que fizessem sentido, onde pudessemos ajudar e ser ajudados. Fomos a Braga e encontrámos os materiais para o jardim vertical e o logo. O balcão a mesma coisa. O suporte para os guardanapos vem de uma start-up em Torres Vedras."

Yalanji, mutabal alshammandar e musakan
Fotografia: Manuel Manso

O menu está em constante mudança e é preparado por mãos sírias que, tal como os Ghunim, escolheram Portugal como nova casa. À mesa, há um retrato completo da gastronomia. Nas entradas (três por 7,50€) há folhas de uva recheadas com arroz, tomate, salsa, hortelã, azeite e molho de romã, de nome yalanji. Há batata harrah, frita com alho, coentros, limão, sal, paprika e azeite —, musakan, os rolinhos de frango com cebola, sumac (especiaria síria) e azeite, ou mutabal alshammandar, a beterraba lisa misturada com grão de bico, iogurte, tahini, limão e azeite.

Nos pratos principais, há opções como fattet makdous (8,75€) com beringela frita, carne moída e tomate, pão frito, molho de iogurte e tahine, kibbeh labanieh (8,75€) — massa de carne e bulgur recheada com carne, cebola, nozes, reservada com iogurte cozido ou ainda shish bil fakara, com peito de frango, batata, cogumelos, molho bechamel e mozzarella (8,75€).

Kibbeh labanieh
Fotografia: Manuel Manso

Para sobremesa, as opções passam por baklava com pistáchio (3€), o doce de nata warbat queshtah (3€) ou halawa jeben, com sêmola e massa de queijo (3€). Se quiser continuar a viagem, o café Damascus (2€), importado da Síria, é o desfecho mais próximo da cultura.

Estrada de Moscavide, 62A (Moscavide). Seg-Dom 19.00-22.30

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