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Entrámos no The Lisbon Club 55, o novo gastrobar do hotel Verride Palácio de Santa Catarina, dois dias antes da sua abertura oficial. Os ânimos estavam ao rubro enquanto se afinavam os últimos detalhes para a grande estreia, que aconteceu na última quinta-feira, dia 2. Não obstante, o sítio já estava bem composto, com a elegância que caracteriza um cinco estrelas. O grande bar logo à entrada (onde se irão adicionar quatro lugares ao balcão) é um chamariz, os tectos são altos, as cadeiras em veludo, e as mesas de madeira. Escondida atrás de uma cortina está a galeria Criatura, uma continuação do espaço, que de momento expõe as obras de Julian Lennon (sim, filho do Beatle John Lennon). A ideia é receber mais e mais artistas.
Ainda que sofisticado, pretende-se que este seja “um espaço mais democrático” e um “conceito diferente, nem melhor nem pior”, em comparação com a restante oferta do hotel de luxo, como o restaurante Suba, onde impera o fine dining, diz Rui Petronilo, director de Food and Beverage (F&B). A porta para a rua pede isso e a carta criada por Fábio Alves, o rosto do Suba, acompanha. “A carta de comidas também é muito abrangente. Vamos servir desde um hambúrguer, não menosprezando, até caviar. Vai ter este leque diverso”, explica o responsável. Mas já lá vamos. Primeiro, falemos das bebidas.
Há cocktails de autor, champagne e espumantes. O vinho não é estrela, mas quem desejar não ficará com sede. A extensa carta do restaurante dá conta do recado. “É um bar de cocktails e todos eles têm alguma inspiração no espaço. Além disso, temos champagnes e espumantes de outras origens, não só da região de Champagne”, esclarece o director de F&B. A curadoria é de Ricardo Vieira, na casa há alguns anos. “Era uma das chefias do Suba e quisemos dar-lhe este desafio. É bom mudar de ares”, destaca. O venezia (16€) é um dos seus cocktails de assinatura, e leva vodka, licor strega, lima e manjericão – uma homenagem a Itália, de onde chegam muitos dos tecidos utilizados no Verride. Na lista de espumantes só há um português – o kompassus blac de noir (16€), da Bairrada.
A harmonização com as bebidas foi ponto de partida para as criações de Fábio Alves. “O menu divide-se em duas partes. A primeira é de partilha, mais virada para caviares, ostras e mariscos para combinar com o champagne. E depois há uma outra parte que são os snacks de conforto, mas mais virados para a óptica de bar”, detalha o chef, que também estava presente no dia em que Time Out visitou o espaço.
Um dos petiscos mais glamorosos é um caviar acompanhado por nata azeda, ovo cozido, blinis e tostas. O preço varia entre os 20€ (Oscietra de 6gr) e os 295€ (Beluga de 30gr). A bruschetta de lírio fumado, crème fraîche e ovas de truta selvagens (8€, duas unidades; 14€, quatro unidades) vai muito bem com os cocktails. Ainda para picar, destaque para o presunto de pato com frutos silvestres e requeijão (14€) e para o tártaro de lombo de novilho com ovo a baixa temperatura e cenoura fumada (19€). Para mais sustento, um hambúrguer do lombo maturado, com cogumelo portobello, ovo, cheddar, molho de alcaparras e batata artesanal (20€).
Há quatro pratos principais, entre eles uma cataplana de amêijoas com pão frio (25€) e milhos de sapateira com gamba da costa – inspirado no prato transmontano, origens do chef, aqui com marisco e sem carne. Nas sobremesas, a aposta é na sericaia com sorbet de poejo e ameixa (8€). Além da carta, esperam-se sugestões diárias durante o período do almoço. No futuro haverá música ao vivo, jazz, “mas a periodicidade ainda não está definida”, remata Rui Petronilo.
Rua de Santa Catarina 1 (Bica). Ter-Sáb 12.30-00.00
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