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Bordalo II tem sido particularmente interventivo nos últimos tempos. Depois da crítica aos “milhões do dinheiro público para patrocinar a tour da multinacional italiana”, a propósito da Jornada Mundial da Juventude, e da intervenção no Campo Pequeno contra as touradas, o artista plástico denuncia “a ganância do privado” e a “incompetência do Estado”, que impedem a regulação dos preços da habitação, e alerta para a transformação das cidades em “gigantes parques de diversão sem alma”. A sua mais recente instalação encontra-se no Miradouro de São Pedro de Alcântara.
Uma placa a dar conta do “DL (Desalojamento Local)”, outra a identificar a nova “Rua das Angústias”, sinais de trânsito só para turistas (num sinal de proibição escreveu: “Exceto turistas, nómadas digitais e vistos gold”) e um banco de jardim transformado em cama, com direito a mesa de cabeceira e pantufas. É a crítica de Bordalo II à crise da habitação.
“Em Portugal, em 2023, há pessoas que se levantam todos os dias para trabalhar oito ou mais horas e chegam ao final do mês sem sequer conseguir pagar uma casa onde viver”, lê-se na legenda de uma publicação que fez no Instagram.
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No sábado, 30 de Setembro, a manifestação “Casa para viver” vai acontecer em várias cidades do país. Em Lisboa, está marcada para as 15.00, com a Alameda como ponto de partida. A chegada ao Rossio deverá fazer-se pelas 18.00, seguindo-se intervenções e concertos de A Garota Não, Luca Argel e Luta Livre. Bordalo II apela à participação, “para defender um direito que é de todos”.