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Estabelecimento histórico da Baixa Pombalina, a Pastelaria Suíça fechou portas a 31 de Agosto de 2018, quando faltavam menos de quatro anos de atingir o estatuto de centenária. Desaparecimento pesaroso numa cidade que tem vindo a perder outros velhos emblemas – conta-se, mais recentemente, a Livraria Ferin e a Barbearia Campos, ambas no Chiado.
Uma nova Pastelaria Suíça abre, já em meados de Abril, do outro lado do quarteirão, na Praça da Figueira, onde o velho estabelecimento já tinha uma das suas entradas. O regresso deste nome sonante acontece pelas mãos do grupo de restauração português Primefood, o mesmo que detém marcas como A Fábrica da Nata ou o restaurantes La Parrilla.
"A Primefood devolve a Suíça ao coração da cidade, apresentando a reinterpretação de uma casa que marcou gerações. Com o compromisso de preservar este nome, homenagear aquilo que considera ser património da cidade e salvaguardar a tradição da gastronomia, deixa-nos a promessa de oferecer o melhor da pastelaria portuguesa na baixa lisboeta", pode ler-se no comunicado a que a Time Out teve acesso em primeira mão.
O espaço não é o anteriormente ocupado pela Suíça – e é até mais pequeno –, mas mantém a esplanada, desta vez localizada na Praça da Figueira. Além de pastelaria com fabrico próprio, investida em retomar clássicos como o esquimó (bolo de pão-de-ló, creme de ovos e cobertura de chocolate) ou o duchaise, como se lê no mesmo comunicado, o estabelecimento também servirá refeições ligeiras.
A tradição ainda é o que era
No interior, haverá espaço para expor uma imagem da antiga pastelaria. A tradição e a cultura portuguesa estarão ainda representadas através das loiças Vista Alegre, bem como dos dois painéis de azulejo da Viúva Lamego, como referido pelo grupo à Time Out. Questionado sobre os contornos da reabertura, em particular sobre a passagem da marca Pastelaria Suíça para as mãos da Primefood, o gripo não adiantou quaisquer detalhes – apenas que "recupera a marca Suíça."
Sobre a velha Suíça, interessa recordar que o quarteirão foi vendido em Fevereiro de 2018 a uma empresa espanhola, onde o tenista Rafael Nadal tem participação. Segundo noticiou a agência Lusa na altura, os proprietários da pastelaria terão chegado a acordo para sair do espaço. Recuperado o edifício, abrir-se-á à cidade até ao final do ano com uma das maiores lojas Zara do mundo e ainda com um cantinho reservado à bela Pérola do Rossio, pequena loja dedicada aos cafés, fundada em 1923 e desde então a passar de geração em geração, dentro da mesma família.