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No Museu de Arte Contemporânea do Centro Cultural de Belém (MAC/CCB), as novidades da temporada de 2025 começam logo com as mudanças na exposição permanente e com a importância que a arquitectura ganha no conjunto da programação. Destaque para a exposição sobre o legado Burle Marx, complementada pelas obras de uma série de artistas portugueses que pensam hoje as questões levantadas pelo paisagista brasileiro.
Com o título "Uma deriva atlântica. As artes do século XX", a nova exposição permanente, com inauguração marcada para 26 de Fevereiro, vai buscar novos diálogos entre as colecções do museu. A exposição cobre o período entre 1909 e 1975 nos dois lados do Atlântico – americano e europeu – pensando as ligações e confrontos que estabelecem entre si. "Enquanto remontagem da colecção permanente, 'Uma deriva atlântica' procura observar a arte na história do mundo, entendendo a modernidade enquanto eclosão múltipla que inclui transformações sociais, artísticas e tecnológicas", sintetiza o programa do MAC/CCB divulgado na passada terça-feira. Ainda como parte da exposição permanente teremos uma outra exposição, "Objecto, Corpo e Espaço. A revisão dos géneros artísticos a partir da década de 1960", sobre as segundas vanguardas do século XX.
A primeira exposição temporária é inaugurada também a 26 de Fevereiro. "31 Mulheres. Uma Exposição de Peggy Guggenheim" remete para a exposição "Exhibition by 31 Women", organizada pela coleccionadora, em Nova Iorque, em 1943, com artistas sobretudo ligadas ao surrealismo e à arte abstracta e como forma de dar destaque à produção artística feminina, habitualmente secundarizada.
A meio de Abril, nova exposição. "Chantal Akerman. Travelling", sobre a cineasta, escritora e artista belga Chantal Akerman (1950–2015), percorre as várias etapas da sua carreira e revisita os anos e lugares que atravessou e filmou. A exposição é feita em parceria com a Cinemateca Portuguesa. A 24 de Abril, inaugura a exposição "Cartazes sem Censura. 25 de Abril e a Revolução do 'Verão Quente'", com os testemunhos visuais deste período de intensa transformação política e social.
Maio é mês de "Experiências do Mundo", exposição centrada nas questões da criação e do trabalho artístico, com uma selecção de obras das colecções em depósito no MAC/CCB e de empréstimos de outras instituições. Oportunidade para ver artistas como Olafur Eliasson, Mona Hatoum, Ann Veronica Janssens, Fernando Brito e Danh Vö, entre outros.
Abril é também o mês da reabertura do Centro de Arquitectura MAC/CCB, iniciando a programação ligada a esta área. O espaço da Garagem Sul abre com um projecto arquitectónico da autoria do atelier suíço-português BUREAU, que o reconfigura, permitindo que acolha não só exposições, mas também espaços de trabalho, programação e convívio. "Interspécies" é o nome da primeira exposição da temporada do Centro de Arquitectura e explora o desejo humano de compreender e viver com outras espécies e as formas como na Europa se têm vindo a materializar realidades mais-do-que-humanas. A exposição é acompanhada de duas intervenções no exterior: uma para pessoas e pássaros, do Studio Ossidiana, e outra para pessoas e peixes, do estúdio Superflex + KWY.
Em Outubro, "Avenida 211" propõe um olhar sobre os artistas deste espaço expositivo criado pela reconversão de um edifício por António Bolota, enquanto "Lighter" serve de território à questão lançada pela 7.ª Trienal de Arquitectura de Lisboa: quão pesada é uma cidade?
Em Novembro, a encerrar as inaugurações de 2025, um ponto alto da programação, com "Lugar de estar. O legado Burle Marx", exposição vinda do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Do gigantesco acervo de 150 mil objectos do arquitecto paisagista e artista visual, a equipa curatorial seleccionou 22 projectos para pensar questões que afectam o presente e futuro das nossas cidades e dos espaços públicos. O direito à cidade, o activismo ambiental, a sociabilidade nos espaços públicos e as espécies botânicas como património são temas caros a Burle Marx desde a década de 1930. Burle Marx marcou a história do paisagismo ao abandonar o jardim de inspiração francesa (Versailles) e definir o jardim de flora brasileira como o adequado ao Brasil. A exposição é complementada com o trabalho de uma série de artistas portugueses que pensam hoje as questões levantadas pelo arquitecto desde 1930.
Praça do Império (Belém). Ter-Dom 10.00-18.30. 7€ (residentes) (Dom até 14.00 grátis para residentes)
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