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Nova temporada do São Carlos percorre palcos de Lisboa e continua a viajar pelo país

Com o teatro em obras, os concertos acontecem em salas como o São Luiz e o Teatro Camões. A partir de Janeiro, as equipas do São Carlos mudam-se para o antigo Tribunal da Boa Hora.

Beatriz Magalhães
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Beatriz Magalhães
Jornalista
Jenufa
annemie augustijnsJenůfa
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A partir de Janeiro, a nova temporada do São Carlos continuará a levar a ópera a todo o país. Em Lisboa, enquanto o Teatro Nacional permanece em obras, os concertos passarão pelas salas de espaços como o Teatro Municipal São Luiz, o CCB – Centro Cultural de Belém, o Teatro Camões (reaberto em Outubro), ou o Teatro Municipal Joaquim Benite, em Almada. Um dos destaques do programa é a ópera Jenůfa, de Leoš Janáček, a ser apresentada em Março, no CCB.

Tal como tem acontecido desde Setembro, a agenda que marca o primeiro quadrimestre de 2025 continua a assentar na itinerância do Teatro Nacional de São Carlos. O edifício no Chiado, ainda em obras de requalificação e modernização, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), tem a sua reabertura prevista para o final de 2026, ou o mais tardar, para o início de 2027. Assim, a instituição viaja de norte a sul do país, numa oportunidade para descentralizar a oferta do São Carlos. 

“O encerramento do Teatro Nacional de São Carlos é estratégico na descentralização da nossa missão e, por isso, queremos alargá-la. Não é só continuar a fazer o que fazíamos em Lisboa e fazer digressão pontualmente. Há uma mudança, um alargamento da missão de serviço público, para chegar a mais públicos e trabalhar com as equipas e profissionais que estão espalhados pelo país”, explicou Conceição Amaral, presidente da OPART, após a apresentação da nova temporada do São Carlos, na última quinta-feira, no antigo Tribunal da Boa Hora.

L'elisir d'amore
© António Pedro FerreiraL'elisir d'amore

Na capital, a actividade ocupa o espaço de instituições culturais parceiras e também do Tribunal da Boa Hora, no Chiado, que, depois de finalizadas as obras de recuperação, a partir de Janeiro, passa a ser espaço de trabalho das equipas do TNSC. “Terá uma sala para o Coro do Teatro Nacional de São Carlos, que é a antiga sala de audiências, e a Orquestra Sinfónica Portuguesa terá duas salas de trabalho neste espaço. Este claustro terá uma box para a sala de ensaios Vasco Barbosa.” 

Da ópera ao concerto sinfónico 

No que toca à programação, esta foi desenhada por João Paulo Santos, Antonio Pirolli e Giampaolo Vessella, que fazem parte da comissão artística do teatro lírico, nomeada interinamente após a saída do anterior director artístico Ivan van Kalmthout, em Julho. Segundo a presidente da OPART, o concurso para a nova direcção artística está para ser lançado ainda este ano. Para João Paulo Santos, fazer a nova temporada teve dificuldades acrescidas que não se prenderam apenas com a limitação de espaço ou questões orçamentais, mas especialmente pelo facto de não haver uma sala principal onde apresentar os espectáculos. Por outro lado, também significou pensar na programação de forma diferente, tendo em conta a importância desta passar por todo o país, realçou o maestro.

Um dos destaques operáticos é a apresentação de Jenůfa, assinada por Leoš Janáček e encenada por Robert Carsen, a 21 e 23 de Março no CCB. Do século XVIII, chega-nos Il trionfo del tempo e del disinganno, oratória de Georg Friedrich ​​Händel, encenada por Jacopo Spirei. Para ser vista entre 9 e 13 de Abril, no São Luiz. L'elisir d'amore, de Gaetano Donizetti apresenta-se em Faro, em Vila Real e nas Caldas da Rainha, entre Fevereiro e Março.   

Os concertos seguem várias linhas temáticas. A primeira assenta na celebração do quinto centenário de Camões, com o Recital Camões, no Teatro Variedades a 26 de Janeiro, em que a mezzo soprano Cátia Moreso e João Paulo Santos, no piano, interpretam obras de vários compositores. E depois há três ciclos programáticos centrais: Guerra, Fausto e Compositoras. 

O primeiro inclui o Requiem da Guerra, de Benjamin Britten, dirigido por Graeme Jenkins. Sobe ao palco do Teatro Camões a 18 de Janeiro e aborda o sofrimento causado pela guerra. Em Fausto, vamos ouvir Cenas do Fausto de Goethe, de Robert Schumann, também no Teatro Camões, a 25 de Janeiro. Já no Teatro Aberto, redescobre-se parte do repertório de obras assinadas por mulheres compositoras com um concerto dirigido por Rita Castro Blanco. Sob o signo de Euterpe é apresentado a 24 de Abril.

Grandes Coros Ópera
© bruno simao

 

No próximo ano, conte também com o ciclo Jardim Aberto, que acontece no São Luiz e que permite aos espectadores assistir a recitais e concertos de proximidade, em que os músicos da Orquestra Sinfónica Portuguesa e/ou do Coro do Teatro Nacional de São Carlos se apresentam em pequenos ensembles. No dia 3 de Janeiro, a cantata A Paz da Europa celebra os 250 anos do nascimento de João Domingos Bomtempo. Nos dias 8 de Fevereiro, 25 de Março e 1 de Abril, é a vez de ouvir obras de Anne Victorino d’Almeida, Amy Beach, Francesca Caccini, ou Joly Braga Santos. O ciclo Foyer Aberto, pensado na mesma lógica, leva a obra de Bomtempo à Casa de São Mamede, a 15 de Fevereiro, e composições de Erwin Schulhoff e Louis Vierne à Academia das Ciências de Lisboa, no dia anterior.

O programa Consonâncias, dividido em quatro momentos, combina uma peça com um solista da Orquestra Sinfónica Portuguesa, uma obra para orquestra e canto, e uma obra orquestral, sem condicionantes de estilo ou de época. As datas estão marcadas para 24 de Janeiro e 28 de Março, na Academia das Ciências de Lisboa; 14 de Março no Palácio Nacional da Ajuda; e 4 de Abril, no Palácio Nacional de Queluz. 

Os concertos e óperas também passarão por várias salas de outras cidades e localidades do país, como Évora, Alter do Chão, Braga, ou Vila Real. Há ainda um ciclo de conversas, denominado de Travessias, a acontecer em Lisboa, bem como uma apresentação do bailado Forsythe/McNicol/Balanchine, no Teatro Camões, entre 20 de Fevereiro e 2 de Março. 

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