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Bordalo II é conhecido sobretudo pelas suas peças de arte feitas a partir de desperdício, numa crítica à sociedade consumista e à forma como os seres humanos exploram os recursos naturais. Mas, para a sua mais recente série de trabalhos, o artista não recorreu a materiais abandonados nas ruas. Interveio antes em objectos urbanos, comuns e à vista de todos, que ganharam uma nova vida e uma nova mensagem.
“Essa mensagem tem sempre um cariz de crítica social e/ou de alerta para causas relativamente às quais quero chamar a atenção”, diz à Time Out Lisboa o artista português. “É uma celebração do 25 de Abril e das conquistas que a liberdade nos trouxe, não esquecendo que ainda há um caminho a percorrer e que a liberdade também significa igualdade e respeito por todos e todas.”
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A propósito da Revolução dos Cravos, no ano em que a democracia superou em um dia a duração da ditadura em Portugal, Bordalo II pintou sinais de trânsito, passadeiras e até o chão de uma ponte fechada. Na Azinhaga da Bruxa, no Beato, encontram-se agora dois sinais de trânsito que são obras de arte: um está decorado com um cravo vermelho, o outro com as cores da bandeira LGBTQIA+. Já numa ponte fechada na Azinhaga da Salgada, em Marvila, foi desenhada uma corrente partida. Mas há mais.
Na Rua do Vale Formoso de Cima, perto do Braço de Prata, também há um conjunto de três sinais de trânsito intervencionados: com as cores da bandeira LGBTQIA+, o número “25” em referência ao 25 de Abril e um cravo. Ainda em Marvila, mas no final da Avenida Paulo VI, no troço mais perto da Rua João César Monteiro, há passadeiras com cravos.
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