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O Parque Gonçalo Ribeiro Telles estende-se por seis hectares, onde podemos distinguir duas zonas: a que corresponde sensivelmente à antiga placa central da Praça de Espanha, dantes rodeada por trânsito, e consequentes buzinas e escapes; e a faixa de terreno por detrás do teatro A Comuna, entre a Avenida José Malhoa e a Columbano Bordalo Pinheiro, terminando na Rua Basílio Teles.
Retirados os arruamentos que separavam A Comuna da placa central da Praça de Espanha, a área verde, que passou a poder ser percorrida em continuidade, praticamente triplicou. Há um grande relvado, árvores frondosas, muita sombra, já a ser aproveitada no próprio dia da inauguração por lisboetas deitados na relva e a fazer piqueniques. O topo e lateral do parque encontram-se elevados em relação à estrada e rodeados por árvores que cortam quer o contacto visual quer auditivo com o trânsito, permitindo assim que as pessoas se sintam realmente num parque. Há caminhos pedonais e pontes para passar sobre a água, água essa que não está lá e por enquanto só podemos imaginar, tal como os patos e juncos que vimos nos cartazes.
![Parque Gonçalo Ribeiro Telles](https://media.timeout.com/images/105784421/image.jpg)
Na outra zona do parque, uma faixa de terreno entre prédios e de desenho muito diferente, falta também a água, mas muito mais. Muitas árvores ainda estão em vasos, à espera de passarem para a terra, há carrinhos de mão e rolos de relva ainda por aplicar, cabos, tubos, e terra, muita terra. Mas a verdade é que olhando para os arbustos e aromáticas já plantados e para as plataformas de pedra por onde a água há-de passar, para os caminhos em socalcos, para o desenho de toda aquela área, tudo o que se pode esperar é que este parque vá ficar realmente muito bonito.
![Parque Gonçalo Ribeiro Telles](https://media.timeout.com/images/105784405/image.jpg)
Destaque ainda para duas instalações (a que vemos na foto acima e, na outra zona do parque, uma no mesmo material mas ao alto, assemelhando-se a um poço, onde a água vai subindo, extravasa e desce subitamente) que, pelo ruído, atraíam quem passava. As peças são como que molduras para as duas características encantatórias da água: vê-la a correr saltitante – por um material que reproduz uma rocha muito irregular – e o som, aquele som regular e irregular ao mesmo tempo, que nos transporta para um qualquer ribeiro na serra. Irresistível. Era ver as pessoas debruçadas, a tentar compreender como aquilo funciona.
Já não falta tudo a este novo parque urbano de Lisboa. E o que lá está já vale bem a visita.