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O Parque Gonçalo Ribeiro Telles estende-se por seis hectares, onde podemos distinguir duas zonas: a que corresponde sensivelmente à antiga placa central da Praça de Espanha, dantes rodeada por trânsito, e consequentes buzinas e escapes; e a faixa de terreno por detrás do teatro A Comuna, entre a Avenida José Malhoa e a Columbano Bordalo Pinheiro, terminando na Rua Basílio Teles.
Retirados os arruamentos que separavam A Comuna da placa central da Praça de Espanha, a área verde, que passou a poder ser percorrida em continuidade, praticamente triplicou. Há um grande relvado, árvores frondosas, muita sombra, já a ser aproveitada no próprio dia da inauguração por lisboetas deitados na relva e a fazer piqueniques. O topo e lateral do parque encontram-se elevados em relação à estrada e rodeados por árvores que cortam quer o contacto visual quer auditivo com o trânsito, permitindo assim que as pessoas se sintam realmente num parque. Há caminhos pedonais e pontes para passar sobre a água, água essa que não está lá e por enquanto só podemos imaginar, tal como os patos e juncos que vimos nos cartazes.
Na outra zona do parque, uma faixa de terreno entre prédios e de desenho muito diferente, falta também a água, mas muito mais. Muitas árvores ainda estão em vasos, à espera de passarem para a terra, há carrinhos de mão e rolos de relva ainda por aplicar, cabos, tubos, e terra, muita terra. Mas a verdade é que olhando para os arbustos e aromáticas já plantados e para as plataformas de pedra por onde a água há-de passar, para os caminhos em socalcos, para o desenho de toda aquela área, tudo o que se pode esperar é que este parque vá ficar realmente muito bonito.
Destaque ainda para duas instalações (a que vemos na foto acima e, na outra zona do parque, uma no mesmo material mas ao alto, assemelhando-se a um poço, onde a água vai subindo, extravasa e desce subitamente) que, pelo ruído, atraíam quem passava. As peças são como que molduras para as duas características encantatórias da água: vê-la a correr saltitante – por um material que reproduz uma rocha muito irregular – e o som, aquele som regular e irregular ao mesmo tempo, que nos transporta para um qualquer ribeiro na serra. Irresistível. Era ver as pessoas debruçadas, a tentar compreender como aquilo funciona.
Já não falta tudo a este novo parque urbano de Lisboa. E o que lá está já vale bem a visita.