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Na esquina da Rua da Escola Politécnica com a Rua do Arco a S. Mamede, destaca-se desde há uns meses um café luminoso. Percebe-se a inspiração nórdica, minimalista e bonita. O café de especialidade é uma aposta, mas também a comida simples e saudável, cheia de cor e sem grandes invenções.
A história de Laiza Xavier é a de muitos outros. Com a pandemia, os sítios por onde passou acabaram por fechar. Foi preciso procurar alternativas, encontrar um caminho. Sendo os sumos naturais uma paixão, que foi desenvolvendo ao longo dos anos que esteve no Naked, o restaurante flexitariano entretanto fechado e que não ficava muito longe daqui, foi por aí que decidiu arrancar. “A ideia inicial era fazer uma casa de sumos, mas era muito grande para ser só isso”, conta-nos à mesa, com José Luís Barbosa, proprietário e designer responsável pela renovação do espaço. “Havia um espaço disponível e uma pessoa disponível. Foi o casamento perfeito”, acrescenta José Luís. “Quisemos abrir um café com estas características que era uma coisa que aqui no bairro não havia. E da parte da Laiza havia a ideia de fazer uma cozinha saudável, uma cozinha consciente”, continua ainda.
O menu é por isso, aparentemente, simples. Para o arranque, houve ainda a ajuda de Joana Limão, cara do site Lemonaid, responsável por receitas saudáveis e conscientes, com quem Laiza partilhou cozinha no Naked. “Expus a minha ideia à Joana e ela adorou”, lembra Laiza.
A ideia era, no fundo, fugir aos processados, construindo um menu que não obrigasse a cozinhar. “Quase tudo é um processo, mas procurámos uma selecção de ingredientes que pudessem funcionar bem confeccionados de outra maneira, como crus ou marinados. Nós praticamente não cozinhamos. Sabemos que nem toda a gente é adepta deste tipo de comida, mas criámos coisas que toda a gente gosta”, acredita Laiza, exemplificando com a tosta verde (8€), uma torrada em pão de carvão activado, com lâminas de abacate, paprika fumada, edamame e mix de sementes, ou o bagel com pesto caseiro, mozarela artesanal, tomate seco e manjericão (8,50€). “A verdade é que aqui há essa limitação, não temos uma cozinha tradicional com fogões, a carta teve de ser adaptada um bocadinho”, justifica-se. “É um desafio, mas é como se diz: a dificuldade aguça o engenho”, aponta José Luís. Para Laiza, esse tem sido o maior desafio, “conseguir ter comida confortável sem ir ao lume”.
O feedback dos clientes tem sido positivo, garante a dupla. Seja ao pequeno-almoço, ao almoço ou ao lanche. Às tostas e aos bagels, juntam-se opções como as bowls, da choco berry (6,50€), com frutos vermelhos, banana, cacau, tâmaras e leite vegetal é irresistível, à mais composta buddha bowl (12,50€), com arroz negro, grão de bico marinado, salsa de tomate fresco, manga, couve roxa e molho tahini.
O pudim de chia (6,50€) também é uma especialidade da casa, com granola caseira, lascas de coco e fruta fresca, e as tartes e os bolos são mais uma paixão de Laiza, tudo equilibrado, sem um toque de doce a mais – experimente a tarte crua de cacau e chocolate (4,50€).
Para acompanhar, já se sabe que os smothies (5,5€) são pensados da mesma forma que a comida, com a mesma atenção e cuidado, bem como as bebidas à volta do café.
R. da Escola Politécnica 94 (Príncipe Real). Seg-Sex 09.00-17.00, Sáb-Dom 10.00-17.00
+ La Mafia se sienta a la Mesa, um restaurante atipicamente italiano com cunho espanhol
+ Amaru. A frescura e o conforto da street food de Lima, na rua de São Paulo