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No sábado acontece a quinta edição da festa que quer salvar e dar uma nova vida ao Mercado do Rato. Contamos-lhe mais sobre este Arraial.
A história não é nova. O Mercado do Rato está em risco e desde 2014 que surgem notícias que dão conta que o lugar se pode transformar num parque de estacionamento. É neste contexto que surgiu o ano passado o Arraial, uma festa “para dar vida a um espaço esquecido”, explicam os organizadores, com concertos, exposições, DJ sets e comida.
A ideia foi de três amigos da zona, João Berberan, João Gaivão e Pedro Ferreira, que se juntaram à IPSS Boa Vizinhança para activar a sua loja solidária, a Dona Ajuda, no Mercado do Rato, cujas receitas revertem a favor de instituições sociais.
“O mercado era um espaço abandonado em Lisboa”, introduz João Berberan. “Já foi um mercado icónico, cheio de peixe, carne e frutas e ficou completamente inutilizado. A administração do espaço agora é a EMEL e a EMEL planeia, no fundo, mandar o mercado abaixo e construir um daqueles parques de estacionamento grandes. Os processos ainda estão em aprovação e não se sabe muito bem o que vai acontecer.”
Enquanto o futuro é incerto, e desde o ano passado, as bancas do antigo mercado, desactivado em 2013, têm sido ocupadas por concertos, exposições e DJ sets. “Temos todos 23/24 anos, amigos com bandas, andamos sempre em concertos e pensámos em organizar uma festa com a Boa Vizinhança para ajudar a activar a loja social deles.”
Uma festa com preocupações ambientais, já que aqui os copos são reutilizáveis e o objectivo é também essa “consciencialização ambiental”, sublinha.
A primeira edição do Arraial foi no Verão de 2018 – em altura de Santos Populares, daí a inspiração do nome – e foi um sucesso tal que se tornou regular. A última aconteceu em Julho deste ano, com um concerto de B Fachada que juntou no mercado perto de 500 pessoas.
Este sábado, o Arraial repete-se entre as 18.30 e as 03.00 com um novo cartaz: João Fragoso Trio, Mouradores, Modernos (banda de Tomás Wallenstein, Salvador Seabra e Manuel Palha, dos Capitão Fausto) e um DJ set que marca o regresso de DJ Quesadilla à noite alfacinha.
A ideia é sempre “trazer bons músicos que se calhar não são explorados noutros espaços na cidade”, continua João. Além da música, o mercado terá a exposição colectiva da Phlorysta, com curadoria de João Viotti, “uma plataforma de criação alternativa fora dos círculos tradicionais do mundo da arte”.
Durante o arraial haverá comida do “senhor Zé”, um dos responsáveis por um dos restaurantes da vizinhança, e a loja Dona Ajuda estará a funcionar até à meia-noite.
A entrada custa 8 euros e as receitas da festa serão doadas a entidades responsáveis pela preservação ambiental e apoio social.
Sábado, 18.30-03.00, no Mercado do Rato. Rua Alexandre Herculano, 54 (Rato). 8€
*Depois de publicada esta notícia na edição impressa da Time Out Lisboa, a EMEL enviou um comunicado à revista no qual nega a intenção de construir um parque de estacionamento no Mercado do Rato.