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O Bicaense reabriu com petiscos, cocktails e courverts musicais

Com a crise no turismo, a Bica pode voltar a ocupar o lugar que em tempos teve na noite de Lisboa. Prova disso é o Bicaense.

Escrito por
Clara Silva
Bicaense Butchers
©Duarte DragoO Moscow Mule do Bicaense Butchers
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A Bica é linda, já se sabe, mas foi perdendo a graça nos últimos anos. Os bares emblemáticos começaram a fechar, o bairro foi transformado num dormitório Airbnb e desacatos e tráfico de droga passaram a fazer parte da rotina nocturna.

A Bicaense, mítico espaço a funcionar desde 1959, foi um dos muitos a não resistir às mudanças. Em 2018 fechava portas para reabrir no ano seguinte com outro nome, o Bicaense Butchers, e outro conceito, como restaurante de carnes maturadas. Na altura, Eduardo Viegas, um dos sócios – e o único que se mantém hoje em dia –, sublinhava que o espaço não tinha sido feito a pensar em turistas e que queria clientes “locais” e “as pessoas do bairro”. Agora, na nova vida do espaço, reforça ainda mais essa ideia.

O bar/restaurante reabriu assim no início de Junho com o nome antigo, Bicaense, mas com dois novos sócios (Fernando Almeida e André Rosinha) e outra filosofia, embora continue a ter as carnes maturadas que lhe deram fama. “Mais pessoal, mais portuguesa”, diz Eduardo. “[A] tentar ir buscar as memórias.”

No Instagram, fizeram um post onde recuperavam a história do restaurante fundado pela família Rodrigues em 1959, que em tempos tinha sido uma carvoaria e um armazém de bananas. “No 25 de Abril de 1974 foi o único restaurante a abrir”, escreveu. “Diz quem viu que fazia fila à porta, inimaginável na altura, e assim se manteve por longos anos, com muitas tertúlias.”

O restaurante encerrou em 1998, depois do falecimento do proprietário. Mikas, como é conhecido na noite de Lisboa, pegava no espaço em 2002, com os “melhores mojitos e caipirinhas de Lisboa” e artistas, jornalistas, fotógrafos e designers como clientes.

Agora, com a pandemia e o corte no turismo, há uma hipótese de renascimento do bairro. “A crise pode ser boa para a Bica”, continua Eduardo. “O ambiente está diferente. Aqueles bares que traziam mau ambiente fecharam e as pessoas estão a voltar.”

Bicaense Butchers
A sala/bar do Bicaense Butchers©Duarte Drago

O novo velho Bicaense abre agora à tarde, a partir das 16.00, com petiscos como caracóis, moelas, amêijoas, mandioca frita e ovos de codorniz. Continua com cocktails (o Moscow Mule, a 6 euros, é a especialidade da casa), jantares e uma novidade: os couverts musicais. “O pessoal da música está todo sem trabalhar e vamos ter, à sexta e ao sábado, sets com DJs nossos amigos, das 19.00 às 23.00”, explica Eduardo. Os clientes podem dar uma contribuição e assim ajudar quem não tem como trabalhar.

Este fim-de-semana os DJs do Park, ali nas redondezas, são os convidados. No próximo fim-de-semana é a vez de Rai, do Incógnito, e na semana seguinte tocam Rui Maia e Jorge Romão, dos GNR.

Rua da Bica Duarte Belo, 42-A (Bica, Lisboa). 16.00-00.00

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