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O Café Central quer ser o centro das atenções do Terreiro do Paço

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O Torreão Nascente do Terreiro do Paço ganhou vida e fez-se casa de um café, que também é restaurante e bar – chama-se Café Central e enche os olhos quer ao turista, quer ao lisboeta. A carta é imensa e a cozinha produz tudo aquilo que põe em cima da mesa.

Já se sabia que o Torreão Nascente do Terreiro do Paço tinha sido concessionado após um concurso público da Associação de Turismo de Lisboa. Mas só recentemente é que o vencedor se fez notar – apesar de passar despercebido durante o dia, assim que escurece, a iluminação quente do Café Central capta instantaneamente o olhar de quem passeia por aquela que é uma das praças mais movimentadas de Lisboa.

O Café Central é um restaurante e um bar, mas quer ser mais: uma sala de referência, uma marca. “Estamos a tentar juntar todos os espaços daqui e fazer uma espécie de zona de restauração, uma zona comercial, para nos vendermos simplesmente como ‘Terreiro do Paço’”, explicou Margarida Teixeira, directora comercial da Discover Porto (que detém também o Café do Cais, no Porto), que se associou à empresa Terreiro das Descobertas para abrir o novo espaço.

Fotografia: Inês Félix

Quem dá os primeiros passos naquele Café, com 150 lugares sentados, pressente que está perante um pedacinho de história. Conjuntos de bandeiras pintadas relembram que outrora funcionou ali a Bolsa de Lisboa; bustos de personalidades míticas dos Descobrimentos e uma imponente esfera armilar suspensa no centro do espaço fazem referência a um país que, há séculos, se aventurou por mares nunca dantes navegados. Por tudo isto – e ainda mais pela decoração requintada de Paulo Lobo, pontilhada de veludos verdes e de peças decorativas brilhantes – a entrada pode ser intimidante. Mas a carta, que está preparada para satisfazer qualquer tipo de apetite a qualquer hora do dia, é um bom motivo para deixar a timidez fora da porta.

Naquela cozinha (que, devido às condicionantes do espaço, teve de se dividir em três), “tudo é produzido de raiz”, assegura o chef Vítor Santos – “Não compramos caldos, as massas são todas feitas cá e são frescas, feitas todos os dias.” Se quando chegar lá se perder na carta, com mais de 30 opções, o chef aconselha que comece pelos já populares croquetes de alheira com queijo da Serra e redução de vinho moscatel (9€) ou, se quer algo mais leve, opte pela sopa de peixe da costa portuguesa (6€).

Sopa de peixe da costa portuguesa
Fotografia: Inês Félix

Depois, pode afincar o dente num dos best-sellers, como o clássico polvo à lagareiro (28€), a posta de bacalhau com crosta de azeitona (26€) ou o peito de frango recheado com farinheira (19€). Tudo isto pode ser acompanhado por cocktails de assinatura (10€) – Vasco da Gama, Bartolomeu Dias ou Infante D. Henrique são algumas das opções. Se puder, aproveite o menu executivo, disponível de segunda a sexta-feira ao almoço, que inclui entrada ou sobremesa, prato principal, copo de vinho, água e café por 18€.

Polvo à lagareiro
Fotografia: Inês Félix

Mas, ao fim de contas, estamos num espaço que se auto-apelida de Café, pelo que certos pratos típicos não poderiam ser postos de lado. Há bife à Café Central com batata rústica (27€) e três diferentes tipos de bacalhau à Brás, dois deles vegetarianos, com espargos ou cogumelos (18-19€). Para finalizar o banquete, há muitas formas de adoçar a boca: o pastel de nata desconstruído, com mousse de café e crocante de canela (9€), imaginado há dez anos pelo chef, é a sobremesa de maior sucesso.

Pastel de nata desconstruído
Fotografia: Inês Félix

A estadia não tem de acabar à refeição. Brevemente, vai poder demorar-se não só pela bebida, mas também pela música. O café tem outra sala ao lado, que noutros tempos foi o Arquivo das Finanças. É nesse futuro bar/sala de espectáculos que se farão ouvir concertos, inseridos numa programação musical semanal. Como ainda não está finalizado, o espaço só dará música a partir de Fevereiro ou Março.

Torreão Nascente do Terreiro do Paço. Dom-Qui 12.00-23.00, Sex e Sáb, 12.00-00.00.

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