[title]
No topo da Calçada da Glória, mora há mais de 250 anos anos um discreto chafariz, desactivado há algumas décadas. Recentemente, foi requalificado e voltou a jorrar água na última semana de Julho, embora imprópria para consumo.
Executada pela Junta de Freguesia da Misericórdia (JFM), e financiada pelo município em 33 mil euros, a obra teve como objectivo preservar a memória colectiva e o património histórico da cidade, lembrando os tempos em que a cidade não tinha uma rede de distribuição de água ao domicílio.
Este foi um dos muitos pontos de distribuição de água espalhados pela cidade, integrando a rede de distribuição criada a partir do Aqueduto das Águas Livres, construído em meados do século XVIII. A água chegou ao Chafariz da Glória em 1754, numa altura em eram os aguadeiros os responsáveis pelo abastecimento doméstico, levando a água a casa das pessoas (e também vendendo-a pelas ruas), em pesados cântaros ou barris. Tentámos perceber em que ano foi desactivado o chafariz, mas, segundo explicou uma fonte da junta à Time Out, “não há registo certo”. “Terá sido há cerca de 40/50 anos.”
No paredão do chafariz agora restaurado está uma pequena placa onde se lê “água não potável”, mas mesmo ao lado foi instalado um moderno bebedouro público com água potável, que, diz a junta, “estará funcional nos próximos dias”. Provisório é também o sinal colocado, que indica que a água não pode ser bebida.
Se estiver preocupado com o facto de não existir uma torneira para fechar a água que está sempre a correr em tempos de seca, trata-se de um circuito fechado, como se lê na explicação da junta da Misericórdia na sua página de Facebook: “A recuperação do Chafariz da Glória, imóvel com valor histórico e arquitetónico, obedeceu a critérios de respeito pelos sistemas construtivos, e está a operar com sopros de água não potável e em circuito fechado, de forma a garantir uma boa gestão hídrica.”
+ Câmara de Lisboa aprova mais oito Lojas com História, mas chumba quatro