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Os alertas da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior e as queixas de moradores e comerciantes quanto ao tráfego excessivo na Rua da Madalena, na Baixa lisboeta, não são de hoje. A história começa em Dezembro de 2022, quando o abatimento de um colector na Rua da Prata ditou a interrupção da circulação de eléctricos, automóveis e autocarros por esta via. A Rua da Prata esteve durante um ano em obras e o desvio da circulação fez-se pela Rua da Madalena, fazendo aumentar o fluxo diário. Em Novembro, a Rua da Prata reabriu ao trânsito, mas apenas de eléctricos e bicicletas (ou outros meios de mobilidade suave, como trotinetes), pelo que a vida agitada da vizinha Rua da Madalena em nada se alterou. A Junta de Freguesia de Santa Maria Maior alega que já alertou a Câmara Municipal de Lisboa (CML) várias vezes para o problema, mas que, apesar de "todas as soluções alternativas e factos demonstrados", a autarquia "persiste em manter o escoamento do trânsito por esta via", acusa, num comunicado enviado às redacções.
Na contagem deste organismo, passam por dia cerca de 6000 veículos pela Rua da Madalena, "incluindo autocarros e outras viaturas pesadas". No entanto, o mesmo comunicado refere que o vice-presidente da CML, Filipe Anacoreta Correia, diz que esta via comporta "até 8.000 veículos por dia", não estando, portanto, em questão uma situação de sobrecarga. A visão da Junta de Freguesia é, pelo contrário, de que "o colapso da Rua da Madalena é iminente". "São 6.000 veículos que, todos os dias, poluem, provocam ruído excessivo, condicionam o trânsito e o acesso ao comércio e às habitações, comprometem a circulação pedonal e danificam, rapidamente e aos olhos de todos, a infra-estrutura viária. A circulação pela Rua da Madalena está comprometida, bem como a preservação do edificado e a própria segurança dos cidadãos", avisa o organismo, acrescentando: "Basta acompanhar o desenvolvimento acelerado da degradação do pavimento desta rua, para nos apercebermos quanto absurdo é sustentar esta ideia."
No mesmo comunicado, a Junta afirma ter notificado o município por escrito acerca da degradação desta artéria da cidade, apontando para "o perigo que representam" os buracos e abatimentos do pavimento. "No passado dia 15 de Fevereiro, a convite do presidente da Junta, o vice-presidente da Câmara pôde confirmar in loco a veracidade da informação remetida, assegurando uma rápida intervenção no terreno, que nada resolveu. O buraco mais preocupante, disfarçado ou atamancado por uma intervenção-relâmpago, encontrou-se novamente a descoberto, hoje de novo 'remendado' e amanhã, porventura, outra vez reaberto", descreve-se ainda.
No ano passado, o assunto chegou a desencadear uma petição de moradores, dirigida à Assembleia Municipal de Lisboa, com vista à resolução do problema de trânsito na Rua da Madalena, bem como em toda a Baixa. Os moradores alegam que aquela artéria da cidade "não está preparada para tanto tráfego, muito menos tráfego de pesados" – e já foram ouvidos entretanto, não tendo contudo assistido a mudanças no planeamento da circulação viária. Sobre o trânsito na Baixa, o número dois de Carlos Moedas, Anacoreta Correia, diz que a Câmara está a preparar um novo plano de circulação, que coloca de fora "carros poluentes" e não-residentes nesta zona da cidade. O plano ainda não tem data para ser revelado.
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