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Nasceu de uma proposta do Orçamento Participativo e inaugura oficialmente este sábado, com animação marcada a partir das 10.00 e durante toda a manhã. Nós antecipámo-nos à festa e fomos espreitar a nova estrutura em tons de amarelo.
Chegámos por volta das dez da manhã e a clientela afluía em direcção às coloridas bancas do mercado, graças a frutas, hortaliças, flores ou doces regionais. A nova vida do mercado surge na sequência de uma proposta do Orçamento Participativo de Lisboa levada a cabo pela Junta de Freguesia de Alvalade, cujo projecto de requalificação foi escolhido pela própria população num processo de discussão pública que envolveu todos os interessados.

©Inês Félix
Um projecto do arquitecto Rui Mendes que inclui dois murais do artista urbano portuense GODMESS e que hoje ainda esperava por imagens do antigo mercado que vão chegar para decorar o interior da estrutura. Uma estrutura ampla e luminosa que vive lado a lado com um espaço verde, ideal para eventos já a serem magicados pela Junta de Freguesia (um deles, fica a dica, acontece a 20 de Outubro: um passeio de bicicleta pela freguesia que vai passar por aqui).
O Mercado Jardim de Alvalade é o único mercado levante da cidade. O que significa que os comerciantes montam as suas bancas todas as manhãs, para à tarde as desmontarem. É um espaço ao ar livre e a obra, que começou há um ano, serviu criar uma cobertura para que o mercado se mantenha funcional todo o ano. Os velhinhos chapéus de sol, esses, foram à vida.

©Inês Félix
Entre os comerciantes conhecemos uma verdadeira caloira. A Dona Margarida (nome que também dá ao seu posto) chegou ao mercado há apenas uma semana e vende bolos regionais de vários locais do país, das Caldas da Rainha a Sintra, vende chá dos Açores, compotas da Serra da Gardunha e bolachas da marca Maria Galamba, que são de comer e chorar por mais. Trabalhar num mercado é também uma estreia para a Dona Margarida, que em jeito de brincadeira diz a toda a gente que agora trabalha na banca.

A comerciante mais antiga deste mercado é a Dona Lurdes, nesta praça desde 1980, sempre bem-disposta e sempre com um par de óculos na cara e outro par na cabeça, consoante o que vai precisando. Vende frutas e hortaliças e do mercado diz que “está engraçado, tem as condições que precisamos”, mas alerta para alguns defeitos que têm de ser corrigidos, como a necessidade de colocar um anti-derrapante no chão para fazer frente aos dias de chuva.

Se não encontrar aquele peixe fresco que planeou para o jantar, para o comprar no Mercado Jardim só tem de planear com mais antecedência. Há uma parceria com o Cabaz do Peixe, uma associação de Sesimbra composta por dezenas de embarcações de pesca artesanal que também vende cabazes online. E de 15 em 15 dias passa no Mercado Jardim para deixar as encomendas feitas aqui.
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