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O Honest Greens é sazonal, sustentável, biológico, saudável. Comprovámos a honestidade deste novo restaurante no Parque das Nações.
A fórmula está na ordem do dia mas o Honest Greens não é só mais um restaurante saudável. O francês Benjamin Bensoussan, chef que pensou este conceito em conjunto com dois amigos e o abriu pela primeira vez há três anos em Madrid, trabalhou na alta-cozinha Michelin (El Celler de Can Roca, Mugaritz, Noma são alguns dos restaurantes no currículo) e fartou-se. Quis elevar a qualidade deste segmento, utilizando todas as técnicas do fine dining num restaurante verde, saudável, sustentável, sem ingredientes processados e a seguir a dieta dos nossos antepassados, com muitas opções vegan mas também carne de alta qualidade cozinhada como deve ser, sem extremismos. O Honest Greens é um caso de sucesso em Espanha para refeições rápidas, do pequeno-almoço ao jantar, e chega agora a Lisboa com a chancela Plateform (ex-Multifood) – é o 150.º restaurante do grupo e fica no Parque das Nações.
O restaurante em Lisboa é enorme e segue a mesma linha de decoração dos restantes Honest Greens – muitas plantas naturais (obra da Superbotânica), tons terra, neutros, uma esplanada gigante, uma zona lounge com sofás no interior e uma mezzanine com mais mesas. À primeira vista pode até parecer que estamos a falar de um restaurante que funciona em regime buffet, com a cozinha aberta e as malgas cheias de ingredientes frescos para serem escolhidos. Mas não, isto é apenas um dos pontos de transparência do Honest Greens, onde a escolha é feita ao balcão, há pré-pagamento mas depois é entregue à mesa. “Estamos a trabalhar com equipamentos de alta cozinha. Cozinha-se como se cozinha no Alma [de Henrique Sá Pessoa]”, explica Rui Sanches, director-geral e fundador da Plateform. “Fazemos cozinha de proteínas a baixa temperatura, usamos abatedores de temperatura, máquinas de vácuo”, reforça.
“Queria entrar no tema do flexitarianismo”, começa por dizer, referindo-se ao regime alimentar maioritariamente vegetariano mas flexivel, que permite a ingestão de peixe e carne, ainda que esporadicamente, e privilegia, acima de tudo, o consumo de produção local e sazonal. “O mercado está um bocadinho deficiente neste tipo de opções. O que o Honest traz é um bocadinho de profissionalismo a este tipo de cozinha”, acrescenta Rui, flexitariano assumido.
“A maior diferença entre nós e um restaurante de fine dining é a rapidez com que é servida e o preço. Servimos em menos de dez minutos e com preços a começar nos 6,90€”, diz Christopher Fuchs, chef norte-americano e um dos sócios.
A carta não sofreu alterações nesta primeira abertura fora de Espanha, nem em ingredientes nem em preços. Houve um trabalho de pesquisa grande para manter a mesma lógica de produtores o mais locais possível – 85% dos produtos são de produções locais e, para isso, a rede de fornecedores já estabelecida da Plateform foi essencial. “A grande maioria das frutas, legumes, leguminosas e o arroz utilizados provêm de produção nacional e sempre que as características do produto o permitem trabalhamos com produtores regionais. Trabalhamos igualmente com carne de vaca de animais provenientes de quintas nacionais no Norte de Portugal”, explica. Para o pão de fermentação lenta, base ou complemento de quase todos os pratos do Honest Greens, fizeram uma parceria com a Gleba de Diogo Amorim, para a cerveja chamaram a Musa.
Entre as 08.30 e as 11.30 servem pequenos-almoços, com um menu reduzido mas muito completo, com tostas de abacate e tahini (4,90€), pêra e ricota de limão (4,50€), tomate cherry, salmorejo e queijo feta (3,90€) ou com o hummus da semana (3,50€), e a cada um pode acrescentar queijo halloumi grelhado (mais 1,50€) ou ovo biológico escalfado (mais 1€). As panquecas são filhas únicas neste menu mas altas e fofas como todas deveriam ser, feitas com aveia e spirulina e mergulhadas num sour cream feito à base de plantas e amoras e uma manteiga de amêndoa torrada (5,90€). Há ainda bowls, do açaí (6,90€) ao iogurte feito a partir de bebida vegetal (4,90€).
A carta de almoços e jantares, de inspiração mediterrânea, divide-se entre duas grandes categorias de pratos principais, todos com doses bem generosas, tanto nos espaços madrilenos que a Time Out visitou com as embaixadoras portuguesas da marca, a apresentadora Carolina Patrocínio e a actriz Rita Pereira, como no restaurante lisboeta. Os pratos do market place, à base de proteína, acompanhados por salada de espinafres com vinagreta de manjericão e limão e pão artesanal, e os garden bowls, com base vegetariana (6,90€). Faz-se tudo por etapas: na primeira encontra, por exemplo, o falafel caseiro com molho tahini, o tataki de atum bonito ou a vitela de pasto grelhada. A isto pode acrescentar um dos molhos vegan feitos diariamente (0,95€) e guarnições, como a batata doce assada no forno (nesta foto envolta em ketchup de beterraba) ou a abóbora manteiga (cada guarnição custa 2,50€). Nos bowls, depois de escolher uma das opções de salada composta, pode acrescentar proteína (a partir de 3€), como o salmão, o falafel, o tofu biológico ou o frango grelhado com chipotle.
Durante todo o dia há uma zona de cafetaria com café de especialidade e bar de sobremesas, todas sem açúcares refinados, sem glúten ou qualquer produto de origem animal. Há propostas de ar guloso como o brownie feito com couve-flor, caramelo salgado e tahini, uma tarte afrodísiaca com banana, gengibre, chocolate e frutos silvestres ou um cheesecake com chá matcha, maracujá e malagueta (3,90€ cada). Para pegar e levar, ou para lanches mais protéicos e saudáveis, há snacks como as bolas de tâmaras e amêndoa (1,50€) ou uns cupcakes, com chocolate, creme de beterraba e recheio de tofu e baunilha ou outro com recheio “red velvet”, creme de cacau e avelãs caramelizadas (3,50€).
Com as bebidas há o mesmo cuidado, dos sumos prensados a frio e engarrafados (3,90€) à kombucha caseira de gengibre e limão ou frutos vermelhos (3,50€). Há um bar de águas onde pode encher o seu copo as vezes que quiser: há águas com infusões de frutas, ervas frescas e agave (2,50€) ou a 100% purificada com ou sem gás (2,50€), num sistema de torneiras à disposição no restaurante.
Na primeira quinzena de Abril, a expansão internacional do Honest Greens consolida-se em Portugal, com a abertura de um segundo restaurante, desta feita no Amoreiras Plaza.
Alameda dos Oceanos, lote 2.11.01 (Parque das Nações). Seg-Dom 08.30-00.00.