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A magia é uma arte universal, que fascina gente de todas as idades. Luís de Matos, o mais premiado ilusionista português, fez uma pausa nos truques para falar com a Time Out Lisboa sobre o espectáculo Impossível ao Vivo, que volta ao Tivoli com novidades que vão deixar famílias inteiras de boca aberta.
Luís de Matos era um miúdo de 11 anos quando se apresentou em público, pela primeira vez. O espectáculo foi tão longo quanto a duração da única ilusão que o compunha: “Demorei 10 minutos a passar um cubo de um lado para o outro”, lembra o ilusionista que, mais de três décadas depois, continua a inventar truques e magias, apesar de já ter posto o ilusionismo no prime time da estação pública, previsto os números do Totoloto e entrado para o Guinness ao fazer desaparecer, no mesmo instante, 52 mil e um lenços azuis na inauguração do Estádio do Dragão. “É uma busca constante”, confessa, antes de nos falar da vontade de subir ao palco do Teatro Tivoli BBVA, onde estreou no ano passado o espectáculo Impossível ao Vivo. Esta quinta-feira, 12 de Dezembro, regressa, com novos números e convidados.
“A minha assistente há mais de uma década, a bailarina Joana Almeida, e os Momentum Crew, campeões mundiais de breakdance, vão estar novamente a meu lado, mas fizemos uma renovação do elenco e vamos apresentar truques em estreia absoluta”, revela Luís de Matos, que traz a Portugal Raymond Crowe, da Austrália, Topas, da Alemanha, An Ha Lim, da Coreia do Sul, e James More, do Reino Unido. “Hoje em dia, as pessoas têm muita oferta: podem ficar em casa a jogar Playstation, podem ir passear para o jardim, podem ir ao cinema... Quando alguém, antecipadamente ou mesmo no próprio dia, decide comprar bilhete e passar duas horas da sua vida sentado e de peito aberto, sentimos uma enorme responsabilidade e gratidão.”
Apaixonado por “tornar os sonhos realidade”, o ilusionista português promete um espectáculo, que se estende por Janeiro de 2020, “sempre mais surpreendente quando a família está toda presente”. “A magia é particularmente fascinante para os miúdos, porque ainda não foram atacados pelo preconceito”, explica. “Os adultos têm sempre dificuldade em estacionar o seu lado mais racional. Face à frustração de não descobrir o truque têm a tentação de se fechar.” Mas o ilusionismo “só é extraordinário porque é uma mentira que parece verdade.”
Neste caso, as mentiras – contadas através de ilusões, com recurso a teatro, humor, dança, música e até “uma manipulação absolutamente vertiginosa” – vão passar por “mágicos que desaparecem do palco e aparecem na plateia” ou por ver James More “a arriscar diariamente a vida pelo menos duas vezes”. “Tentamos fazer o melhor possível nos ensaios, mas há sempre a hipótese de correr mal e essa é uma das razões porque as pessoas vêem espectáculos ao vivo”, acrescenta o britânico. “Não há limites. O limite é a imaginação.”
Luís de Matos promete uma fotografia actual do que melhor se faz no mundo do ilusionismo à escala planetária, em várias áreas e com direito a actuações conjuntas. No final, há uma hora reservada para confraternizar com os espectadores. “Mais até do que os elogios, gosto muito de ouvir as opiniões, as perguntas e perceber o que mais os tocou. Adoro os comentários dos mais novos: honestos, implacáveis e imensamente doces e generosos.” Se pedirem com jeitinho, é provável que o ilusionista partilhe um ou dois truques. “O segredo é sobrevalorizado. Se as pessoas conhecessem um pouco mais sobre a metodologia, o processo criativo, toda a técnica envolvida, todo o talento e habilidade, iam seguramente apreciar ainda mais. O segredo – se é feito com ímanes ou com fios, se tem um espelho – é o menos importante, porque o que queremos é comunicar emoções.”
Teatro Tivoli BBVA. Qua 18.00, Qui-Sex 21.30, Sáb 17.00 e 21.30 e Dom 17.00. 12,50-24€.