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Um inglês e um espanhol entram num prédio português. Podia ser o arranque de uma tentativa de anedota, mas é a história de Pedro Julio e Lee Allen, os proprietários de um novo espaço de minigolfe no coração de Lisboa. No número 8 da Calçada Ferragial, onde antes morava a criatividade da dupla de designers Storytailors, lê-se agora na porta envidraçada: Mini Golf Lisboa. “Foi durante a pandemia. Visitámos Lisboa e percebemos que não havia nada como isto”, recorda Allen, satisfeito por ter encontrado “um espaço deste tamanho, com o formato certo”. “Por ser um edifício histórico não mudámos paredes nenhumas, tudo é ainda original. Tudo o que fizemos foi decorar e colocar as pistas. Não fizemos nenhum trabalho de construção aqui, de todo”, assume.
Os quase 500 metros quadrados do espaço albergam 18 pistas de minigolfe. No primeiro piso, Lisboa inspira nove pistas, todas com elementos alusivos à cidade, desde as clássicas sardinhas à emblemática ponte 25 de Abril. Outro exemplo é o de uma pista que homenageia uma das mais famosas ruas no Cais do Sodré: a bola desliza sobre uma superfície cor-de-rosa e o tecto está coberto por guarda-chuvas coloridos. Para lá das escadas de madeira, no piso superior, as luzes baixam. A sala é escura e é a tinta fluorescente que impera, com pistas de golfe com referências a personagens como Pantera Cor-de-Rosa ou a filmes como Alice no País das Maravilhas.
A entrada na zona de mini golfe custa 14€, no caso dos adultos, e as crianças pagam 12€. Grupos acima de cinco pessoas têm desconto, assim como os residentes em Portugal que, de segunda a quinta-feira, pagam 7€ por adulto e 6€ por criança. Fazer todo o percurso de pistas dura cerca de uma hora, no caso de grupos de duas a três pessoas – e aumenta consoante o número de participantes. Há cacifos gratuitos para deixar os pertences entre tacadas.
“Queríamos ter um conceito diferente. O minigolfe é sobretudo para crianças em parques, queríamos torná-lo mais adulto e trazê-lo para o interior, porque às vezes quando está a chover não há nada para fazer”, brinca o proprietário inglês. A alargar a oferta de lazer para os dias de chuva, há ainda uma cave com mesas de bilhar e air hockey, para a qual não é necessário bilhete. “Deixamos as pessoas jogar desde que comprem uma bebida no bar”, explica Allen. E por falar em bebidas, a sugestão é ficar pelos cocktails “extra large”, como o Crazy Golf, com anis, limão e blue liquor (8€) ou a Piña Colada, com batido de coco, rum de coco e abacaxi. (8€).
Tal como os cocktails, também as paredes do Mini Golf Lisboa primam pelas cores garridas. “Comecei a falar com diferentes artistas sobre as cores que queríamos para tornar o sítio mais fantástico”, explica Pedro Julio. O espanhol queria trazer a arte urbana e o graffiti para o interior do espaço, e fê-lo com murais de artistas como Sara Pignatelli, Observ (Pedro Pereira) e Pedro Versteeg.
Durante a visita da Time Out, poucos são os que, de taco na mão, enfrentam as pistas e desafios. De acordo com Lee Allen, o público está a chegar, mas aos poucos: “Em Janeiro foi fraco, ainda com pandemia, e foi logo a seguir ao Natal e Ano Novo, por isso toda a gente estava em casa, a poupar dinheiro pelo que gastaram, mas agora em Fevereiro [a afluência] tem aumentado e temos tido cada vez mais gente todas as semanas”.
Mini Golf Lisboa. Calçada Ferragial, 8. Seg-Dom. 12.30-23.00. 7€.
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