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O novo 18.68 tem os donos do premiado Red Frog atrás do balcão

O bar de cocktails do Bairro Alto Hotel passou uns meses fechado, mas está de volta. Com a assinatura de Emanuel Minez e Paulo Gomes.

Luís Filipe Rodrigues
Editor
18.68
© Francisco Romão Pereira18.68
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Durante pouco mais de um ano, o bar 18.68 do Bairro Alto Hotel deu que falar pelos cocktails e, sobretudo, pelos pratos servidos. O burburinho não foi, contudo, suficiente para manter as portas abertas. “Soube em Outubro que tinha fechado”, recorda Emanuel Minez, um dos responsáveis pelo Red Frog, repetidamente considerado o melhor bar de cocktails da cidade e um dos melhores do mundo. “E perguntei ao Paulo [Gomes, o seu sócio no speakeasy e no Monkey Mash] o que achava de tentarmos ficar com o espaço.” A resposta foi afirmativa, e após alguns meses de negociações e preparações, na terça-feira, 4, vão reabrir o 18.68 – com os mesmos números a servirem de nome.

Na verdade, a relação entre os empresários e o hotel já vinha de trás. “Estávamos de olho no espaço desde antes da pandemia”, revela Emanuel. “O chef Nuno Mendes estava a renovar cozinhas e esta parte toda do Bairro Alto e entrou em contacto connosco para fazermos a consultoria. Na altura, ainda viemos ver o espaço e estava em cima da mesa uma parceria.” Só que a covid-19 forçou-os a adiar e repensar os planos. “Após a pandemia, entrou um barman para o hotel e não fazia sentido eles contratarem-nos para fazermos a consultoria. Então isso ficou travado e acabámos por perder o contacto.” Até que o velho 18.68 fechou e os donos do Red Frog apresentaram um novo projecto.

18.68
© Francisco Romão Pereira18.68

O novo 18.68 – lê-se “Eighteen Sixty Eight”, em inglês – vai ter uma identidade própria, independente dos outros negócios da dupla e do antigo bar do hotel. “O Red Frog é o speakeasy, a coquetelaria clássica, mas reinventada e elevada para vários níveis. O Monkey Mash é modernidade, tecnologia. Até o próprio serviço é totalmente diferente: tudo directo, sem diluição”, descreve Paulo Gomes. “Aqui vamos colocar o foco num portuguese aperitif, dando um grande twist nos cocktails com base em clássicos, mas com os produtos nacionais”, começa a explicar Emanuel Minez. 

A aposta nos aperitivos está estampada no menu, que abre com cinco negronis diferentes, seguidos por cinco martinis. Nos negronis, “servidos em taça, sem gelo”, além do clássico, há versões com coco, café, e pimenta rosa. Mais uma adaptação portuguesa, que substitui o vermute por vinho do Porto e adiciona ginja ao gin e ao bitter da praxe. A releitura portuguesa dos aperitivos italianos continua na página dedicada aos martinis. O mais próximo de um martini clássico é o caper: gin e vermute, com alcaparras em vez da habitual azeitona ou casca de limão. Há também um dry martini, com bitter de laranja, além das bebidas alcoólicas. E depois uma série de criações de autor: o 18.68 (“a nossa versão do 50/50”, com overproof de vodka, um blend de vinhos secos e endro); o tuxedo n.º 1 (gin, vinho da Madeira, bitter de creola e laranja); e o lychee (gin, vinho da Madeira e líchia).

18.68
© Francisco Romão Pereira18.68

Seguem-se mais duas páginas, com outros dez cocktails. “Aquilo a que chamámos back to basics. Há cinco clássicos, incluído um bamboo que, em vez de ser com sherry, fizemos com vinho da Madeira; o nosso Porto tónico, com um toque diferente, para mim muito mais actualizado; um garibaldi, que é apenas campari com sumo de laranja, para beber quatro ou cinco seguidos; o [18.68] spritz; e o salty dog, um bocadinho diferente dos outros”, detalha Paulo. “Depois temos os modern classics, que são clássicos dos últimos 50 ou 40 anos, muitos deles já conhecidos”, incluindo as suas interpretações do old fashioned, do gin basil smash, do mezcal mule e do penicillin. 

Sem comer, não há prazer

“Este bar foi desenhado completamente para ser um gastrobar. O conceito inicial era esse e foi para isso que fomos chamados ao início. Para fazer a parte das bebidas, enquanto o chef Nuno Mendes fazia a parte das comidas”, desvenda Paulo. Não se admira, por isso, que a anterior encarnação do 18.68 fosse conhecida pelos pratos servidos. “Era o forte da casa. Havia mais pessoas a falar por causa da comida do que por causa da bebida”, sublinha. Tanto que muita gente até já perguntou se íamos ter a mesma comida e tudo”. A resposta é não.

18.68
© Francisco Romão Pereira18.68

Actualmente, na carta encontram-se apenas tremoços marinados (5€), frutos secos (5€) e azeitonas (5€) e tapas de queijo da ilha com 24 meses de cura (50g/10€) e porco preto português curado por outros tantos meses e fatiado fininho (50g/15€). Os sócios garantem que a oferta gastronómica vai crescer brevemente, no entanto Paulo Gomes ressalva que a comida vai ser sempre “um complemento”. E remata: “Antigamente, este lugar era conhecido pela comida e por causa do chef. Mas agora tem de ser conhecido pelo bar. É o que sabemos fazer. Não vamos mudar quem somos.”

18.68. Largo Barão de Quintela, 14 (Chiado). Ter-Sáb 17.00-01.00

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