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Depois de abrir um clube de reggaeton na Suíça, Marco António quer ficar na história da noite alfacinha. O primeiro capítulo é este novo MonteCristo Caffe Lounge, na Avenida da República, um bar com várias pérolas na garrafeira.
As aparências enganam e assim que se entra pela porta de vidro do MonteCristo, na Avenida da República, onde até há um par de anos funcionava uma das muitas farmácias da zona, comprovamos isso. As prateleiras de medicamentos foram substituídas por uma garrafeira de fazer inveja ao bar mais apetrechado da cidade, e a decoração, com luzes que vão mudando de cor e paredes pretas e douradas, não faz adivinhar a antiga vida da casa.
O MonteCristo Caffé Lounge, assim se chama, abriu portas no fim de Setembro numa parte menos concorrida da avenida, em frente à antiga Feira Popular, já em Entrecampos, e esconde algumas relíquias. “É o único espaço com quatro garrafas destas”, orgulha-se o dono, o português Marco António, enquanto aponta para o topo da prateleira. Ali, reluzem quatro garrafas do conhaque Louis XIII, da Remy Martin, uma raridade. Aliás, basta olhar para o preço da carta para ver que estamos perante uma bebida de coleccionador, chamemos-lhes assim: 4774€ a garrafa, 339€ o copo. “É uma bebida com história, o conhaque fica cem anos na pipa e as pessoas que o põem lá nem o vêem sair”, conta Marco António, que até há pouco tempo vivia a tempo inteiro na Suíça, onde tem um clube com o mesmo nome, MonteCristo, a funcionar desde 2002.
Se em Genebra os sons latinos e o reggaeton do MonteCristo atraem uma clientela mais nova, aqui o target é propositadamente outro. “Trintões e quarentões” com vontade de beber um copo, depois do trabalho, com amigos ou num encontro.
Na biografia que está na carta, Marco assume-se como um “apaixonado pela magia do luxo, pelas marcas de prestígio e pelas decorações sublimes”. Neste seu primeiro bar por estas bandas (a ideia é expandir o império MonteCristo nos próximos tempos), dá asas a isso.
Na garrafeira estão vinhos portugueses e italianos e champanhes que não são para todas as bolsas. Atrás do balcão do bar, Vítor ‘El Bigodes’ Rodrigues vai preparando cocktails que começam nos 11 euros (um Cosmopolitan ou um Mai Tai, por exemplo) e chegam aos 21 euros (como alguns especiais que não estão na carta), conforme as finanças. Ou conforme quem vá de “Renault ou de Porsche”, compara Marco. Há uma aposta em conhaques (o D’Ussé do rapper Jay-Z), runs (o Bumbu, de Barbados), whiskies japoneses, mezcais difíceis de encontrar – “a próxima moda depois do gin”, prevê Marco – e também no presunto Cinco Jotas, “o melhor presunto do mundo”, cortado à mão por um rapaz que baptizaram de El Cortador.
É natural que também por lá veja algumas caras conhecidas, pelo menos se costuma ler revistas cor-de-rosa (na sala de espera do dentista, claro). Marco, que pensava só voltar para Portugal quando se reformasse, decidiu vir para Lisboa depois de se apaixonar e casar com a brasileira Kelly Medeiros, vencedora de um reality show da TVI.
Avenida da República, 74 (Entrecampos). Seg-Qui e Dom 18.00-02.00, Sex-Sáb 18.00-03.00