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Uma veterana vendedora ambulante de Lisboa chegou hoje ao Rossio com sacos e sacos de castanhas para assar. E fomos tirá-las do cartuxo.
Faltam quase dois meses para o Dia de São Martinho, aquela altura em que nos atiramos todos às castanhas assadas na rua que nos aquecem as mãos e a alma em dias mais fresquinhos. Mas hoje, à sombra dos 30ºC de Setembro, Maria Irene estava a assar castanhas no seu posto de venda ambulante.
É vendedora no Rossio há 40 anos e ao longo da sua carreira especializou-se na venda de cerejas, castanhas e gelados. Só que o armazém que utilizava para os gelados está agora decorado a andaimes e, por razões logísticas, teve de adiantar a venda das castanhas.
"Eu não tenho outra coisa para vender", disse-nos Maria Irene. "Está muito calor, mas quem compra as castanhas não são os portugueses, são os estrangeiros. Eles adoram. Os nossos é mais quando está friozinho….", defendeu, enquanto ia de facto vendendo cartuxos de castanhas a cartuxos de turistas.
Mas já há castanhas ou são congeladas? Aqui Irene dá-nos uma lição de culinária: "A castanha não se congela. Congeladas são aquelas que compramos nos supermercados e que depois temos de pôr logo na comida. Não se pode descongelar". Esta remessa que a partir de hoje está a ser vendida em pleno Rossio vem de Ponte de Lima. "Fomos domingo e viemos ontem à noite", explicou.
Maria Irene diz que esta "ainda não é aquela castanha saborosa, docinha", mas são gordas e frescas e o cartuxo que trouxemos para a redacção arrancou alguns sorrisos de satisfação. A venda das castanhas de Maria Irene faz-se até Março e um cartuxo com uma dúzia custa 3€. São castanhas, sim, mas com muitos quilómetros.
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