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Antes de ficar definitivamente instalada no magnífico edifício do Campo Grande planeado por Pardal Monteiro, inaugurado em 1969, a Biblioteca Nacional (criada em 1796 como Real Bibliotheca Pública da Corte) esteve noutros locais de Lisboa. Aquele em que permaneceu mais tempo, após as instalações iniciais na Praça do Comércio, foi no Convento de São Francisco, desde 1841, e em que recebeu vários acervos, que a vieram enriquecer mas também a preencher muito do espaço disponível.
Em meados do século XX, as instalações do Convento de São Francisco já estavam não só a rebentar pelas costuras, como também a mostrar variados sinais de degradação. Havia muitos livros, publicações e documentos em deficiente estado de conservação, e quando chovia, caía água em vários locais da biblioteca, incluindo a própria sala de leitura, tendo os funcionários que lançar mão a jarros, lavatórios portáteis e outros recipientes para proteger instalações e acervo, e impedir males maiores. A situação era vergonhosa, e o próprio atendimento ao público estava a ser prejudicado. As opções eram fazer obras no Convento de São Francisco ou construir novas instalações que também acautelassem o futuro da instituição. A comissão nomeada em 1951 para decidir o que devia ser feito escolheu a segunda, e 18 anos mais tarde, a nova Biblioteca Nacional abria portas no Campo Grande. Pardal Monteiro não a chegaria a ver, pois morreu em 1957. Foi o seu sobrinho António Pardal Monteiro, também arquitecto, quem se encarregou de o concluir.
Coisas e loisas de outras eras: