Notícias

O Pátio das Antigas: A grande nau esquecida

Coisas e loisas da Lisboa de outras eras

Escrito por
Eurico de Barros
Pátio das Antigas, Nau São Vicente, 1965
©DRNau São Vicente
Publicidade

A nau São Vicente foi construída em Aveiro para sulcar os mares do mundo promovendo os produtos nacionais e divulgando a História de Portugal. Acabou esquecida no Tejo, em 1965.

Em 1956, começou a ser construída nos Estaleiros Mónica, situados na Gafanha da Nazaré, no distrito de Aveiro, uma réplica da nau São Vicente, que sulcou os mares com a bandeira portuguesa no século XVII. A ideia por trás desta iniciativa era comercial e cultural. Esta nau ia servir de montra itinerante para a exposição e divulgação de produtos portugueses por todo o mundo, bem como de propaganda da História de Portugal e da gesta marítima do povo português.

O Brasil iria ser o seu primeiro destino. Além disso, a sua realização funcionaria como um muito necessário estímulo aos referidos estaleiros, que viviam uma crise relacionada com alterações na construção dos navios destinados à pesca do bacalhau. A São Vicente era, na altura, o maior navio de madeira feito em estaleiros navais de todo o mundo e foi lançada uma brochura com todos os pormenores sobre a sua construção e objectivos.

Mesmo tendo sido prejudicada pela escassez de verba, que atrasou os trabalhos, a São Vicente ficou parcialmente pronta em finais de 1960. Mas, por problemas vários, acabou por ficar ancorada nos Estaleiros Mónica durante quase cinco anos, sendo rebocada para Lisboa, ainda incompleta, em 1964 e tendo ficado ancorada na Lisnave. Chegou a acolher algumas iniciativas comerciais quando esteve fundeada no Tejo, mas nunca saiu de lá e acabou por ser esquecida em 1965.

Lisboa de outras eras:

+ O Pátio das Antigas: O café elegante do Chiado

+ O Pátio das Antigas: Uma avenida a estrear

+ O Pátio das Antigas: Self-service de modernidade

Últimas notícias

    Publicidade