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A torre octogonal da Quinta da Torrinha ergueu-se desde o século XVIII até ao início do século XX, onde hoje está o Parque Eduardo VII.
Antes do Parque Eduardo VII (originalmente Parque da Liberdade) ser construído, havia naquela zona de Lisboa, chamada Vale de Pereiro, quintas, quintarolas, hortas, pomares e algumas casas. Uma delas, a mais insólita, era a Torrinha (ou Casal da Torrinha), situada na quinta com o mesmo nome e que deu o nome a uma estrada próxima. Tratava-se de uma pequena torre octogonal cor-de-rosa, com rés-do-chão e dois pisos, e telhado em forma de pirâmide. Construída na segunda metade do século XVIII, a Torrinha começou por ser propriedade de Luís da Fonseca Claro, oficial da Secretaria do Tabaco, tendo depois tido vários outros donos, caso do capitalista José Maria Eugénio de Almeida.
A última pessoa a habitá-la foi um francês, Gustave Mathieu, que resistiu enquanto pôde à ordem de despejo que lhe foi dada pela Câmara Municipal de Lisboa, à qual a família de Eugénio de Almeida a havia vendido, bem como todos os terrenos circundantes. Mathieu conseguiu adiar o despejo durante algum tempo nos tribunais, mas acabou por ter de sair da Torrinha, que foi demolida em Abril de 1916. Muitos alfacinhas lamentaram a sua destruição, e um jornal publicou mesmo um poema: “Dão-te a morte; coitadinha,/ E tu morres fria e calma/ Torrinha que eras Torrinha,/ Do teatro da minha alma”.
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