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Alguns, os mais supersticiosos, disseram que foi por causa da suposta maldição carregada pela peça Macbeth, de William Shakespeare, que tinha sido representada nessa noite. Mais prosaicamente, deve ter sido uma falha técnica relacionada com a electricidade, ou um cigarro mal apagado por alguém, que originaram o terrível incêndio que consumiu em grande parte o Teatro Nacional D. Maria II, na madrugada do dia 2 de Dezembro de 1964 e ficou como uma das maiores calamidades já ocorridas em Lisboa, neste caso em pleno centro da cidade e num edifício com tanta importância e tão cheio de memórias.
Apesar do rápido, eficaz e corajoso ataque ao fogo por parte dos muitos bombeiros que acorreram ao Rossio, o interior do Nacional ficou completamente destruído, incluindo o tecto pintado por Columbano em 1894, assim como o vasto e precioso guarda-roupa da Companhia Rey Colaço-Robles Monteiro, que tinha a concessão do Teatro D. Maria II desde 1929, e que veio contribuir para o declínio desta empresa. Salvaram-se apenas o arquivo histórico, as paredes exteriores, o átrio principal e o salão nobre. O actual interior da sala não tem nada a ver com o original, que era branco com motivos dourados, e tinha três ordens de camarotes e duas galerias. Entre esta tragédia e a recuperação e reconstrução do edifício, que só reabriria em 1978, já depois do 25 de Abril, decorreram 14 anos. E Lisboa nunca mais esqueceu o incêndio do D. Maria II.
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