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O Pátio das Antigas: As duas Suíças do Rossio

Com a sua ampla esplanada, a Suíça foi um dos cafés e pastelarias mais emblemáticos da Baixa, onde acorriam os refugiados durante a II Guerra Mundial. Até 1922, esteve lá a Casa Suissa, que vendia roupa e artigos de retrosaria. A Suíça fechou em 2018.

Escrito por
Eurico de Barros
Pastelaria Suissa
DR
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Dos cafés e pastelarias da Baixa, a Suíça, no Rossio, foi um dos mais concorridos e emblemáticos durante várias décadas, em rivalidade com os estabelecimentos situados no outro lado da praça. Durante a II Guerra Mundial, a sua esplanada, a primeira da Baixa, era o ponto de encontro e convívio de muitos refugiados que, aproveitando a neutralidade de Portugal, chegavam a Lisboa fugidos ao conflito e aqui aguardavam transporte para os EUA, Brasil, África ou outros países que a guerra não tinha tocado. 

Era à Suíça, inaugurada em 1922, que os lisboetas iam ver as mulheres estrangeiras, algumas usando calças, sentadas a fumar na esplanada, e que na altura fizeram sensação. No lado oposto do Rossio, o Café Chave D’Ouro era também bastante plebiscitado pelos refugiados. Mas a Suíça tinha a vantagem da esplanada, onde se podia passar o tempo a tomar café, ler os jornais com as últimas notícias do conflito ou estar ao sol (bem como negociar bilhetes para os destinos desejados). A Suissa (como se chamou originalmente, ver foto) herdou o local em que estava instalada, bem como o nome, da Casa Suissa, uma loja de roupa e de retrosaria, hoje totalmente esquecida (existiu também um Café Suisso, propriedade de um suíço chamado Jean, entre os Restauradores e o Rossio, fundado por finais do século XIX). A 31 de Agosto de 2018, a histórica Suíça fechou as portas de vez.

Coisas e loisas de outras eras:

+ A esquina das tabacarias clássicas

+ As três vidas de um teatro

+ A discoteca que também vendia frigoríficos

+ A breve vida do Theatro Moderno

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