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Antigamente, antes das carreiras de barco e da Ponte 25 de Abril (originalmente Ponte Salazar mas conhecida por toda a gente como Ponte Sobre o Tejo), quem queria atravessar o Tejo tinha que contratar barqueiros, que transportavam pessoas e mercadorias em barcos a remos ou à vela. Com o aparecimento da energia a vapor, começaram a formar-se, ainda no tempo da monarquia, empresas privadas, caso da Parceria dos Vapores Lisbonenses ou da Empresa Portuguesa de Navegação Fluvial. Estas, em concorrência com o Estado, exploravam pequenos barcos, os primeiros cacilheiros, que faziam a travessia de Lisboa para a “outra banda”, como se dizia dantes, a preços módicos, com maior conforto, e mais segurança e rapidez do que os barqueiros, cujo negócio se extinguiria quase por completo.
O trajecto Cais do Sodré-Cacilhas era um dos mais populares (daí a designação de “cacilheiros”), e a fotografia desta página, tirada nos primeiros anos do século XX, mostra uma dessas embarcações a vapor, que ligava Lisboa ao Barreiro. Há na imprensa da época descrições coloridas dessas viagens através do Tejo, gabadas pelos jornalistas como sendo uma marca do progresso e significando uma nova era na ligação das duas margens do rio, já não dependente do vento ou da força braçal. Pormenor: o preço do bilhete do vapor variava, sendo mais caro ou mais barato conforme se viajasse na ré ou na proa.
Coisas e loisas de outras eras:
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