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O Pátio das Antigas: Bicicletas na Baixa

Coisas e loisas da Lisboa de outras eras

Escrito por
Eurico de Barros
Pátio das Antigas, Lisboa Antiga, Casa Victoria
©DRCasa Victoria
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Durante quase um século, a Casa Victoria vendeu bicicletas das melhores marcas francesas e inglesas a Lisboa inteira, chegando também a comercializar carros. Encerrou nos anos 90.

Quem quisesse comprar uma bicicleta em Lisboa no início do século XX e ficar bem servido, teria inevitavelmente que se dirigir à Baixa, mais precisamente aos números 112/114 da Rua do Crucifixo. Era lá que ficava a Casa Victoria, fundada por Armando Crespo, e onde o cliente poderia encontrar, entre outras, e de acordo com um anúncio publicado então na imprensa, “Bicyclettes Inglezas a 27 escudos”, assim como francesas, de marcas como a JC, La Gauloise ou a Peugeot. Entre as inglesas, salientem-se a Raleigh, a The Fowler ou a Victoria Cycles (que deu o nome ao estabelecimento por ter sido a primeira marca por ele representada). Era popularmente conhecida em Lisboa como “a Victoria das bicicletas”.

Sobre a porta da loja, e como se pode ver na fotografia desta página, Armando Crespo tinha tido a boa ideia de mandar pôr um letreiro onde se via Mercúrio, o mensageiro dos deuses do Olimpo, a pedalar triunfalmente numa bicicleta. Além de vender bicicletas e os seus acessórios, a Casa Victoria também as reparava, o que atraía ainda mais clientela. Os carros, nesse tempo, ainda não tinham tomado conta das ruas de Lisboa, e era perfeitamente corriqueiro verem-se pessoas a deslocar-se de bicicleta por toda a cidade. A Victoria chegou também a vender automóveis, a partir dos anos 20, mas mantendo-se sempre fiel às bicicletas. Fechou as portas na década de 90.

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