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O Pátio das Antigas: Cheias na Baixa

Coisas e loisas da Lisboa de outras eras

Escrito por
Eurico de Barros
Pátio das Antigas, Lisboa Antiga, Cheias em Lisboa
©DRCheias em Lisboa
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O Verão de 1938 foi muito quente e húmido em Lisboa. Houve grandes trovoadas ao longo do mês de Setembro, que acabaram por causar uma inundação na zona da Baixa.

A tragédia das cheias de 25 de Novembro de 1967, que causaram cerca de 700 mortes na região de Lisboa e arredores, cancelou a memória de cheias anteriores na cidade, que não causaram vítimas, apenas alguns prejuízos, em especial em estabelecimentos comerciais, e bastante transtorno no quotidiano dos alfacinhas. Foi assim quando das cheias do Inverno de 1945, que inundaram totalmente a zona da Baixa; e também das do final do Verão de 1938, documentadas na fotografia que ilustra esta página, e que foi tirada na Rua das Portas de Santo Antão, onde o volume de água levou até à paragem de um eléctrico que ali circulava.

O Verão de 1938 em Lisboa foi muito quente e húmido, e caíram trovoadas bastante violentas, em especial em meados de Setembro. Um dia houve em que a precipitação foi tão violenta e continuada, que a Baixa se encheu de água e o Tejo transbordou por alturas do Terreiro do Paço, entrando em lojas, cafés, restaurantes, bancos e zonas térreas de prédios, residenciais ou de comércio. Nem o Teatro D. Maria II escapou, bem como os cinemas e outras casas de espectáculos da zona. O acontecimento teve honras de referência em quadros de revistas do Parque Mayer e nas revistas humorísticas que então se publicavam. Num desses cartoons, um marido diz à mulher que vai beber um café ao Nicola, ao que esta lhe responde: “Leva as galochas, à cautela!”.

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