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Parafraseando o título de uma famosa comédia dos anos 60, a foto que ilustra esta página poderia chamar-se: “Os gloriosos malucos das bicicletas da Palhavã”. Foi a 14 de Maio de 1905, ainda com D. Carlos como rei, que se inaugurou, no lugar onde tinha estado o Jardim Zoológico e de Aclimatação de Lisboa durante pouco mais de dez anos, o Velódromo da Palhavã, graças ao entusiasmo de três fãs de ciclismo: Fernando Belard da Fonseca, Frederico Carlos Rego e José Eduardo d’Abreu Loureiro.
Era um dos melhores e mais modernos equipamentos do seu género da Europa. Tinha 333,33 metros de perímetro, pista de cimento, uma tribuna real, camarotes, bancadas e lugares de peão (tudo situado onde é hoje a Avenida de Berna), bem como um coreto de música e um restaurante com terraço de onde se podiam ver as corridas. Os preços de entrada iam dos 30 aos 2500 réis. Ali se realizaram disputadíssimas corridas de bicicletas promovidas pela União Velocipédica, em que foram estabelecidos e quebrados vários recordes (era o tempo do chamado “ciclismo aristocrático”), assim como provas de motociclismo, concursos hípicos, ascensões em balão, lançamento de papagaios e ainda alguns duelos (o último travado em Portugal foi a 27 de Dezembro de 1925, mas no Jockey Club do Campo Grande). O Velódromo da Palhavã foi igualmente palco das primeiras provas de automobilismo no nosso país. Em 1943, deu lugar à Feira Popular, que em 1957 foi para Entrecampos. Hoje, no sítio onde correram bicicletas, bem como motos e carros, ergue-se a Fundação Gulbenkian.
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