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Ramalho Ortigão e Eça de Queiroz, Almada Negreiros e Vasco Santana, António Ferro, Vitorino Nemésio, Rolão Preto, Artur Agostinho e Francisco Lucas Pires são apenas alguns dos muitos escritores, artistas, intelectuais, políticos e figuras públicas que foram cortar o cabelo e fazer a barba à Barbearia Campos, fundada em 1886 por José Augusto de Campos, como o nome Cabelleireiro Lisbonense, no então Largo do Loreto, futuro Largo do Chiado. Só se tornaria Barbearia Campos em 1910, ano da implantação da República.
Ao longo da sua centenária e prestigiada existência, este histórico negócio de barba e cabelo foi sendo sempre transmitido dentro da família do seu fundador, e a Barbearia Campos tinha orgulhosamente exposto o espólio de instrumentos utilizados nos tempos mais antigos para cortar o cabelo e fazer e aparar a barba e o bigode (há 50 anos, pagava-se lá 5 escudos por uma barba, 15 escudos pelo cabelo, e 20 escudos por cabelo e barba, incluindo lavagem do dito), assim como fotografias de tempos idos, de clientes ilustres e a apólice de seguros de 1886.
Em 2015 e 2016, o estabelecimento teve que funcionar em instalações provisórias perto do prédio onde sempre esteve, devido às profundas obras sofridas por este, que incluíram a demolição e reconstrução do seu interior. Ali regressou depois, com algum mobiliário novo, mas mantendo muitas das características decorativas dos séculos XIX e XX que a distinguiam e lhe davam o seu charme. Devido ao gradual aumento da renda, e apesar de ser uma das Lojas com História de Lisboa e a mais antiga barbearia do país, a Barbearia Campos fechou, infelizmente, no final de 2023, após quase 140 anos em actividade na arte da tesoura e da navalha. Para o seu lugar irá uma empresa de artesanato português.
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