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O Verão de 1925 foi invulgarmente quente na capital. A água faltou e os alfacinhas fizeram longas filas nos chafarizes e fontanários.
Na década de 20 do século passado, Lisboa já dispunha de um sistema de abastecimento de água ao domicílio, graças à entrada em funcionamento, em 1880, da estação elevatória dos Barbadinhos, que trazia água do rio Alviela para a capital, e à construção sistemática de canalizações. Mesmo assim, nesses anos 20, a água só chegava às casas de uma pequena parte da população da cidade e o consumo médio diário de água por pessoa estava muito abaixo do de outras capitais europeias.
Bastantes alfacinhas dependiam por isso dos fontanários e chafarizes públicos para o abastecimento de água. O Verão de 1925 foi invulgarmente quente em Lisboa, em especial no final de Agosto e no início de Setembro, e como tinha chovido menos que o costume nos meses anteriores, houve falta de água na capital. Fazia "um calor tremendo, africano", como se lia no Diário de Notícias, e os lisboetas fizeram longas filas nos pontos públicos de abastecimento de água, alguns deles improvisados.
É um desses, situado no Rua Morais Soares, que a foto desta página documenta. Uma cena que se repetia onde quer que houvesse um chafariz ou um fontanário: longas filas de lisboeta sedentos, sobraçando os mais variados recipientes e esperando, à torreira do sol, da sua vez para os encher de água fresca.
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