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O Arco de São Bento pertencia originalmente ao Aqueduto das Águas Livres. Demolido em 1938, esteve esquecido durante 50 anos, até ser reerguido na Praça de Espanha.
A quem passa pela Praça de Espanha e se pergunta se o arco que lá está, sempre lá esteve, ou se veio de outro lado, a resposta é: o Arco de São Bento, pois é assim que se chama, nem sempre lá esteve. Pertencia, desde o século XVIII, à estrutura do Aqueduto das Águas Livres e estava situado, como o nome diz, em São Bento. Mas em 1938, quando das obras da então Assembleia Nacional, foi decidido demoli-lo, visto ter-se tornado inútil com a instalação do moderno sistema de canalização na cidade, e por dificultar o trânsito cada vez mais intenso, o que ficou documentado na foto que ilustra esta página.
A Câmara Municipal de Lisboa, no entanto, teve o cuidado de numerar cuidadosamente cada uma das pedras do Arco de São Bento, com a intenção de o reerguer noutro sítio da cidade. Só que esta intenção foi sendo adiada, as décadas foram passando e as pedras numeradas foram esquecidas e ficaram abandonadas num qualquer armazém municipal. O jornalista Belo Redondo, do Diário de Notícias, escreveu um artigo em que lamentava: “É muito natural que o Arco de São Bento nunca mais venha a ser lembrado.” Felizmente, na década de 80, meio século após a sua demolição, alguém se lembrou dele, e o Arco de São Bento foi tirado da arrecadação onde ganhava pó e instalado na Praça de Espanha. E foi assim que viajou de uma ponta da cidade à outra, com 50 anos de intervalo.
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