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No tempo em que as rendas em Lisboa não eram o que são hoje, podia haver estabelecimentos comerciais, caso de cabeleireiros, num sítio central e emblemático da capital como o Marquês de Pombal. Foi precisamente lá que abriu, no início de Dezembro de 1960, o Grande Cabeleireiro Eva, por cima do Restaurante Flórida pertencente ao hotel com o mesmo nome, e com projecto do arquitecto Eduardo Anahory.
Como se lia numa publicidade então publicada na imprensa lisboeta, o Eva não era apenas mais um cabeleireiro. Queria ser “moderno”, como os que já existiam em muitas grandes capitais europeias. E enumerava, na mesma publicidade, todos os serviços que oferecia, além dos tratamentos de beleza: “boutique de modas, cafetaria e banhos de sudação finlandesa – sauna”. Lá, “a mulher moderna, que não tem tempo a perder, será imediatamente atendida por artistas da máxima competência”.
O luxuoso cabeleireiro tinha mesmo uma sala exclusiva para Manuel Brito, um dos donos, junto com o seu colega Manuel Nogueira, atender em privado clientes especiais, da alta sociedade, artistas ou mulheres e familiares de membros do governo e do corpo diplomático. Amália Rodrigues era uma das muitas clientes ilustres da casa e, quando tinha concertos, Manuel Brito deslocava-se expressamente a sua casa com a técnica Celeste, a preferida da fadista, para a pentearem. O Grande Cabeleireiro Eva fechou em 2013, ano da morte de Manuel de Brito, que juntamente com o irmão, Armando Brito, tinha também os cabeleireiros Brito & Brito no Chiado, na Avenida da Liberdade, na Avenida de Roma e na Rua Rodrigues Sampaio.
Coisas e loisas de outras eras:
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